Uso inadequado do solo pode aumentar liberação de carbono na Amazônia
O IBGE pesquisou as áreas que concentram os maiores estoques de carbono, conhecimento fundamental para garantir uma maior preservação
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2011 às 11h12.
Rio de Janeiro - O valor médio de estoque de carbono – que representa o acúmulo de matéria orgânica – contido no solo da Amazônia Legal é 95,7 toneladas por hectare. A sua distribuição, no entanto, é bastante desigual e em algumas áreas esse valor chega a duplicar, como no norte do estado do Amazonas e no centro-sul de Roraima, além do litoral do Pará e do Maranhão, que também apresentam elevados estoques.
A constatação é do estudo Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, divulgado hoje (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, que traz informações sobre a vegetação, o relevo, o solo e os recursos minerais da região, foi feito com base no Banco de Dados e Informações Ambientais do IBGE, atualizado em 2002.
De acordo com a geógrafa do instituto Rosângela Botelho, conhecer as áreas que concentram os maiores estoques de carbono é fundamental para garantir uma maior preservação. Segundo ela, atividades predatórias ou a simples utilização do solo sem o manejo adequado nesses locais pode provocar uma liberação maior, na atmosfera, do carbono armazenado, contribuindo de forma mais intensa para o processo de mudanças climáticas.
“A manutenção desses estoques propicia o equilíbrio do clima. Se houver desmatamento ou um uso predatório daquela região, todo esse carbono, que estava armazenado no solo, vai para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Até a simples atividade de remexer o solo com arado é capaz de quebrar as moléculas e gerar emissão de carbono”, explicou.
Segundo ela, o solo rico em carbono é também bastante fértil. A geógrafa do IBGE defende que nessas áreas o ideal é a prática de agricultura orgânica, sem a utilização de defensivos agrícolas e garantindo o menor nível de agressão ao ambiente.
Rosângela Botelho destacou, ainda, que as maiores concentrações de carbono no solo foram encontradas em áreas de manguezal ou de campinarana, que é um tipo de vegetação decorrente da falta de nutrientes minerais.
“Essa foi uma grande surpresa, porque geralmente se pensava que o solo embaixo da floresta densa e verde era mais rico em carbono e isso não é verdade”, acrescentou. Ela explicou que, embora esses solos apresentem textura arenosa, o que não favorece a retenção de matéria orgânica, a posição topográfica em áreas de depressão, com lençol freático próximo à superfície e alagadas durante todo o período chuvoso, contribui para o armazenamento do carbono.
Rio de Janeiro - O valor médio de estoque de carbono – que representa o acúmulo de matéria orgânica – contido no solo da Amazônia Legal é 95,7 toneladas por hectare. A sua distribuição, no entanto, é bastante desigual e em algumas áreas esse valor chega a duplicar, como no norte do estado do Amazonas e no centro-sul de Roraima, além do litoral do Pará e do Maranhão, que também apresentam elevados estoques.
A constatação é do estudo Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, divulgado hoje (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento, que traz informações sobre a vegetação, o relevo, o solo e os recursos minerais da região, foi feito com base no Banco de Dados e Informações Ambientais do IBGE, atualizado em 2002.
De acordo com a geógrafa do instituto Rosângela Botelho, conhecer as áreas que concentram os maiores estoques de carbono é fundamental para garantir uma maior preservação. Segundo ela, atividades predatórias ou a simples utilização do solo sem o manejo adequado nesses locais pode provocar uma liberação maior, na atmosfera, do carbono armazenado, contribuindo de forma mais intensa para o processo de mudanças climáticas.
“A manutenção desses estoques propicia o equilíbrio do clima. Se houver desmatamento ou um uso predatório daquela região, todo esse carbono, que estava armazenado no solo, vai para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Até a simples atividade de remexer o solo com arado é capaz de quebrar as moléculas e gerar emissão de carbono”, explicou.
Segundo ela, o solo rico em carbono é também bastante fértil. A geógrafa do IBGE defende que nessas áreas o ideal é a prática de agricultura orgânica, sem a utilização de defensivos agrícolas e garantindo o menor nível de agressão ao ambiente.
Rosângela Botelho destacou, ainda, que as maiores concentrações de carbono no solo foram encontradas em áreas de manguezal ou de campinarana, que é um tipo de vegetação decorrente da falta de nutrientes minerais.
“Essa foi uma grande surpresa, porque geralmente se pensava que o solo embaixo da floresta densa e verde era mais rico em carbono e isso não é verdade”, acrescentou. Ela explicou que, embora esses solos apresentem textura arenosa, o que não favorece a retenção de matéria orgânica, a posição topográfica em áreas de depressão, com lençol freático próximo à superfície e alagadas durante todo o período chuvoso, contribui para o armazenamento do carbono.