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Unilever já está lucrando com sustentabilidade

CEO da empresa, Paul Polman, diz que preocupação ambiental deve nortear modelo de negócio

CEO da Unilever, Paul Poman: "Em breve, a sustentabilidade será essencial para a sobrevivência de todo e qualquer modelo de negócio". (.)

Vanessa Barbosa

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Consciência verde, baixo impacto ambiental, sustentabilidade...Termos de uma agenda ecológica que tem se mostrado lucrativa não só para o meio ambiente, mas para bolso do consumidor e também para o caixa das empresas. Durante o Fórum Modelo de Desenvolvimento Sustentável, organizado por EXAME em parceria com a Unilever, nesta quinta-feira (10), o CEO da empresa anglo-holandesa, Paul Polman, disse que objetivo da companhia é crescer 50% até 2020 na mesma medida em que reduz seu impacto ambiental.

Nos últimos cinco anos, as fábricas da Unilever aumentaram a produção em 20% e, mesmo assim, conseguiram mitigar seus impactos sobre o meio ambiente. Atualmente mais de 55% da energia consumida pela empresa provém de fontes renováveis. A despeito do aumento da produção, foi possível uma economia no consumo energético de 24%. "A pressão para as empresas reduzirem seus impactos ambientais se intensifica a cada dia", afirmou  Polman. "Em breve, a sustentabilidade será essencial para a sobrevivência de todo e qualquer modelo de negócio".

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Em que pese as emissões de gases efeito estufa, só as fábricas da empresa no Brasil conseguiram reduzir as emissões de CO2 em 59% desde 2004, enquanto o consumo de água caiu 25%. Além disso, cerca de 98% dos resíduos gerados são encaminhados para a reciclagem. Segundo o CEO,  toda a gestão ambiental da empresa para o Brasil está pautada na estratégia UB2012 (Unilever Brasil 2012). "Queremos crescer nosso negócio até 2012 mantendo o impacto ambiental similar ou inferior aos valores de 2007, expresso em geração de gases de efeito estufa", afirmou.

Uma das ferramentas estratégicas que permitiram o crescimento de 20% nos últimos 5 anos, sem prejuízos ao ambiente e ainda gerando economias na cadeia produtiva, foi a adoção de designs ecológicos para os produtos. A mudança do formato da embalagem do sabão em pó OMO, por exemplo - que de vertical passou a ser horizontal - representou uma economia de 33% no consumo de energia e água no processo de produção.

Outro produto foi capaz de refletir diretamente nos gastos do consumidor: uma nova fórmula do amaciante Confort, mais concentrada, reduziu de 74 litros para 24 litros o volume de água necessário para enxágue de roupas. "É ingênuo pensar que, para evitar a degradação ambiental, devemos produzir e consumir menos", disse Polman. "A forma como gerenciamos essas duas pontas da cadeia - da produção ao consumo - é que deve mudar e se tornar sustentável".

Tamanho desempenho ambiental tem gerado bons frutos financeiros para a empresa. Em 2009, a Unilever liderou pelo 11º ano consecutivo o Índice DowJones de Sustentabilidade no setor de Alimentos e Bebidas devido ao programa que mantém de estimulo à agricultura sustentável. No ano passado, seu faturamento global foi de 39,8 bilhões de euros, e no Brasil, o faturamento se consolidou em R$ 11 bi. Um bom exemplo do como abraçar a causa verde e ainda ganhar dinheiro com isso.

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