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Um ser humano em cada sete sofre de desnutrição, diz FAO

A informação faz parte de um relatório preparatório para a RIo+20

Mãe fecha os olhos de criança somali morta por desnutrição: segundo o relatório, 75% dos pobres e daqueles que sofrem de fome no mundo vivem em áreas rurais (Roberto Schmidt/AFP)

Mãe fecha os olhos de criança somali morta por desnutrição: segundo o relatório, 75% dos pobres e daqueles que sofrem de fome no mundo vivem em áreas rurais (Roberto Schmidt/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2012 às 11h05.

Roma - Um ser humano em cada sete é vítima da desnutrição, informa o diretor geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em um relatório preparatório para a cúpula sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada de 20 a 22 de junho no Rio de Janeiro.

"O desenvolvimento não pode ser descrito como sustentável enquanto esta situação persistir, onde quase uma em cada sete pessoas é deixada para trás, vítima de desnutrição", declarou o brasileiro José Graziano da Silva a respeito do documento preparado para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, "Rio +20".

"A cúpula do Rio nos oferece uma oportunidade única para examinar a convergência entre os programas de segurança alimentar e de sustentabilidade para garantir a realização destes objetivos", acrescentou.

O relatório, com o título "Rumo ao futuro que queremos: acabar com a fome e realizar a transição para uma agricultura sustentável e sistemas alimentares duráveis", exorta os governos a incorporar em seus programas incentivos para o consumo e produção sustentável; promover o bom funcionamento e a equidade dos mercados agrícolas e alimentares e investir recursos públicos em inovação e infraestrutura.

Segundo o relatório, 75% dos pobres e daqueles que sofrem de fome no mundo vivem em áreas rurais, e a maioria deles depende da agricultura e atividades relacionadas para viver.

Além disso, 40% das terras degradadas no mundo estão em áreas afetadas por altas taxas de pobreza.

"A fome põe em movimento um ciclo vicioso de declínio da produtividade, aumento da pobreza, retardo do desenvolvimento econômico e degradação dos recursos", explica o relatório.


Segundo a FAO, os sistemas de produção e consumo de alimentos devem conseguir "mais com menos": "temos de passar para dietas nutritivas com uma pegada ecológica menor, e reduzir perdas e desperdícios de alimentos em todo o setor alimentício".

A FAO estima que o desperdício de alimentos no mundo alcança 1,3 bilhão de tonelada por ano, o equivalente a mais de 10% das calorias globais.

Em termos de produção, é necessário considerar o empobrecimento e esgotamento do solo, água e nutrientes, as emissões de gases de efeito estufa, poluição e degradação dos ecossistemas naturais, ressalta o relatório.

A pecuária sozinha utiliza 80% das terras cultivadas, as pastagens e a agricultura são responsáveis por cerca de 30% das emissões totais de gases do efeito estufa.

A conferência Rio+20 ocorre 40 anos após a Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente, em 1972, 20 anos depois da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, e 10 anos após a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável em Johannesburgo, em 2002.

Os objetivos e temas da Conferência Rio+20 foram estabelecidos por uma resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas, adotada em 9 de dezembro de 2009, e tem como fim principal a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável.

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