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Campanha de Cristina Kirchner ganha novo gás

O governo anunciou o resultado da recontagem de votos das eleições primárias, que mostram uma surpreendente vitória da ex-presidente

Cristina Kirchner: a ex-presidente conquistou uma surpreendente vitória nas primárias ao Senado (Marcos Brindicci/Reuters)

Cristina Kirchner: a ex-presidente conquistou uma surpreendente vitória nas primárias ao Senado (Marcos Brindicci/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 06h36.

Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 07h48.

A ex-presidente argentina Cristina Kirchner relança nesta quarta-feira sua campanha para o Senado, no estádio Atenas, em La Plata. Espere clima de carnaval. Na noite de ontem, o governo anunciou o resultado da recontagem de votos das eleições primárias, que mostram uma surpreendente vitória da ex-presidente. Ela teve 33,95% dos votos, ante 33,74% do candidato governista, Esteban Bullrich, que chegou a celebrar a vitória quando liderava a corrida por seis pontos de vantagem.

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A vitória de Kirchner nas primárias, realizadas no dia 13 de agosto, mesmo que por apenas 20.ooo votos, simboliza um marco na tentativa de ressurreição política de Kirchner — já que seu partido exigiu a recontagem dos votos alegando manipulação do resultado quando a apuração estava em cerca de 95% dos votos e mostrava vitória do candidato do presidente Mauricio Macri. Bullrich vencia por meros 8 centésimos, uma diferença de menos de 7.000 votos.

O novo resultado dá gás para a campanha de Cristina, e alimenta as chances de um retorno do kirchnerismo nas eleições presidenciais de 2019. A província de Buenos Aires é o distrito eleitoral mais importante do país, onde se concentra 40% do eleitorado, ou quase 14 milhões de votantes. Apesar de o Cambiemos, partido de Macri, ter vencido em províncias importantes como Córdoba, Mendonza e Santa Fé, conquistar Buenos Aires era uma prioridade do governo.

No último dia 22, Macri precisou enfrentar um protesto que reuniu dezenas de milhares de trabalhadores contra seu governo, que tem revisado acordos trabalhistas e tem dificuldade de reduzir o desemprego,  acima dos 9%. Apesar das pressões, tudo indica que o resultado da economia este ano será positivo: este mês, o Banco Mundial divulgou previsão de crescimento de 2,7% do PIB argentino para 2017 — um avanço excelente se comparado à retração de 3% do ano passado. Se o país de fato voltar a melhorar, as chances de o povo desejar o retorno de Cristina à presidência em 2019 caem consideravelmente, mesmo que ela passe a ocupar uma cadeira no Parlamento.

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