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Um milhão de pessoas protestam contra presidente da Coreia do Sul

A origem dos protestos é uma amiga e confidente da presidente sul-coreana, detida sob suspeita de tráfico de influência

Park Geun-hye: Manifestantes pedem a renúncia da presidente (Jung Yeon-Je/Reuters)

Park Geun-hye: Manifestantes pedem a renúncia da presidente (Jung Yeon-Je/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de novembro de 2016 às 15h27.

Os organizadores de um megaprotesto neste sábado (12) para pedir a renúncia da presidente sul-coreana Park Geun-Hye afirmam que um milhão de pessoas participaram na manifestação, segundo a agência de notícias Yonhap.

A polícia, por sua vez, falou de cerca de 170 mil e pessoas e posteriormente corrigiu a cifra para 260 mil.

A origem dos protestos é uma amiga e confidente da presidente sul-coreana, chamada de "Rasputina" pela imprensa, que foi detida sob suspeita de tráfico de influência, abrindo caminho a um escândalo político de consequências imprevisíveis para Park Geun-Hye.

Geun-Hye está desestabilizada por uma série de revelações que sugerem que Choin Soon-Sil, sua amiga há 40 anos, a aconselhava nos assuntos de Estado sem exercer nenhuma função oficial ou ter habilitação em matéria de segurança.

Choi é investigada por tráfico de influência e corrupção devido a suspeitas de que aproveitou seus contatos na "Casa Azul", sede da presidência, para extorquir os principais conglomerados econômicos do país, como Samsung, que teria destinado importantes somas de dinheiro a fundações criadas pela amiga da presidente.

Na semana passada, ao retornar da Alemanha, para onde havia fugido, Choi se entregou à polícia e foi submetida a várias horas de interrogatório pelo Ministério Público (MP) sul-coreano.

"Desculpem-me. Cometi um pecado mortal", declaro Choi depois de entrar na sede do MP.

Durante dias, a imprensa informou diariamente sobre esta mulher de 60 anos e seu relacionamento com a presidente.

Os meios de comunicação a descrevem como uma "Rasputina" - em alusão a Rasputin, o místico (chamado de "Monge Louco") que exerceu uma grande influência sobre o Czar Nicolau II da Rússia no início do século XX. Choi relia e corrigia os discursos da presidente e até mesmo a aconselhava nas nomeações de integrantes de alto escalão.

Além disso, ela teria tido acesso a documentos confidenciais, o que abala a imagem da presidente, em franca queda, apesar de ter se desculpado publicamente na sexta-feira passada.

Apenas 9,2% dos sul-coreanos aprovam sua gestão e 67% desejam que a presidente renuncie, segundo uma pesquisa de opinião pública divulgada nesta terça-feira.

Choi é filha de uma misteriosa figura religiosa, Choi-Tae-Min, chefe autoproclamado da Igreja da Vida Eterna.

Ele havia se convertido em mentor de Park Geun-Hye depois do assassinato de sua mãe, em 1974.

Segundo a imprensa, Choi Soon-Sil teria herdado de seu pai, morto em 1994, uma influência pouco apropriada sobre a presidência.

O ex-marido de Choi Soon-Sil havia sido um dos principais adjuntos de Park até sua eleição, em 2012.

Choi visitava frequentemente a "Casa Azul" desde que Park assumiu a presidência, em fevereiro de 2013, afirmou nesta terça-feira o jornal Hankyoreh.

A presidência desmentiu energicamente esta afirmação, e a presidente Park só admitiu ter pedido conselhos a Choi a respeito de alguns discursos.

Depois da explosão do escândalo, Park destituiu vários de seus conselheiros suspeitos de estar vinculados a Choi.

Para superar a crise, Park cogita a possibilidade de nomear um gabinete de união nacional, segundo alguns observadores.

A Constituição sul-coreana não autoriza ações judiciais contra um presidente em funções.

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