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UE volta a tentar acordo comercial com Mercosul

Europeus já avisaram: se o Mercosul não optar por avançar nas negociações, Ásia vai ganhar o espaço

Karel de Gucht, novo comissário de Comércio da UE: o mercado brasileiro é prioridade (.)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Bruxelas - Sem perspectivas de acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC) no curto ou no médio prazo, a União Europeia (UE) busca entendimentos bilaterais e tenta reviver acordos. Amanhã, o novo comissário de Comércio da UE, Karel de Gucht, desembarca para a primeira visita no Brasil e quer demonstrar que o mercado brasileiro e do Mercosul é uma das prioridades. Mas Bruxelas chega com um aviso: se o Mercosul não optar por avançar nas negociações, perderá espaço para a Ásia.

Na sexta-feira, Bruxelas lançou negociações para um acordo de livre comércio com a Malásia e um tratado para proteger suas marcas e produtos na China. Além de já ter fechado um acordo comercial neste ano com a Coreia do Sul, a UE busca um tratado de livre comércio ainda em 2010 com Índia e Cingapura.

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Na prática, o estabelecimento de acordos comerciais com outros parceiros poderia dar vantagens a concorrentes brasileiros no mercado europeu, deslocando as vendas nacionais.

Depois de visitar os Estados Unidos e a Ásia, viajará à América do Sul para encontros com o chanceler Celso Amorim, Gucht se reunirá com empresários em São Paulo e viajará a Buenos Aires para tentar convencer o governo argentino a adotar uma posição de maior flexibilização na abertura de sua economia.

A Europa sabe que a negociação com o Mercosul é complicada e evita colocar prazos para um acordo. Mas, depois da interrupção das negociações por mais de cinco anos, a esperança de Bruxelas é de que haja interesse no avanço do processo, mesmo em período eleitoral, como no Brasil.

Os europeus sabem que precisarão apostar nas exportações dos seus bens industriais para os grandes mercados emergentes nos próximos anos, a fim de manter uma certa taxa de crescimento interno. O acesso ao mercado brasileiro, portanto, é tido como uma das prioridades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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