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UE tenta acordo no Egito, mas lados seguem irredutíveis

Bloco tenta sem sucesso evitar uma maior polarização entre governantes e Irmandade Muçulmana

Manifestantes anti-Mursi em uma manifestação de apoio ao exército em uma rua que liga a praça Tahrir, em Cairo (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2013 às 18h05.

Cairo - A chefe da diplomacia da União Europeia reuniu-se alternadamente na segunda-feira com os governantes do Egito e com a Irmandade Muçulmana, tentando sem sucesso evitar uma maior polarização no país depois do massacre de 80 partidários do grupo islâmico.

Catherine Ashton, que faz sua segunda visita em 12 dias e é uma das poucas pessoas com acesso a ambos os lados, não fez declarações públicas. Mas partidários e opositores do presidente deposto Mohamed Mursi deixaram claro que não pretendem ceder.

"É muito simples, não vamos a lugar algum", disse Gehad el Haddad, porta-voz da Irmandade, em resposta à ordem do governo para dissolver uma vigília com milhares de pessoas que exigem a volta de Mursi ao poder. "Vamos aumentar o protesto", acrescentou ele à Reuters. "Alguém precisa trazer essa liderança à razão." Mas os apoiadores da intervenção militar que derrubou Mursi em 3 de julho estão igualmente inflexíveis. "Perguntamos a ela (Ashton): você aceitaria um protesto armado sob o seu teto", disse Mahmoud Badr, líder do movimento juvenil Tamarud, que mobilizou enormes manifestações contra Mursi antes de os militares agirem para derrubar o primeiro presidente livremente eleito na história egípcia.

"E se a Al Qaeda fizesse um protesto? Você deixaria?", afirmou ele a jornalistas após se reunir com Ashton.

No começo da manhã de sábado, o Exército matou 80 manifestantes favoráveis a Mursi, e muitos temem mais violência na segunda-feira à noite, quando a Irmandade planeja uma nova passeata da mesquita onde ocorre a vigília até a sede do Ministério do Interior.

Os EUA, que dão ajuda militar de 1,3 bilhão de dólares por ano ao Egito, disseram na segunda-feira que "condenam fortemente" o incidente de sábado, e pediram respeito ao direito à manifestação pacífica.

"A violência não só fará recuar ainda mais o processo de reconciliação e democratização do Egito, como também impactará negativamente a estabilidade regional", disse o porta-voz Josh Earnest.

Ashton se reuniu com o comandante das Forças Armadas, general Abdel Fattah al Sisi, com membros do governo provisório e com representantes do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade.

Ela deve falar na terça-feira com os jornalistas. Antes de chegar, ela declarou que pretendia estimular um "processo de transição plenamente inclusivo, abrangendo todos os grupos políticos, inclusive a Irmandade Muçulmana".

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Cairo - A chefe da diplomacia da União Europeia reuniu-se alternadamente na segunda-feira com os governantes do Egito e com a Irmandade Muçulmana, tentando sem sucesso evitar uma maior polarização no país depois do massacre de 80 partidários do grupo islâmico.

Catherine Ashton, que faz sua segunda visita em 12 dias e é uma das poucas pessoas com acesso a ambos os lados, não fez declarações públicas. Mas partidários e opositores do presidente deposto Mohamed Mursi deixaram claro que não pretendem ceder.

"É muito simples, não vamos a lugar algum", disse Gehad el Haddad, porta-voz da Irmandade, em resposta à ordem do governo para dissolver uma vigília com milhares de pessoas que exigem a volta de Mursi ao poder. "Vamos aumentar o protesto", acrescentou ele à Reuters. "Alguém precisa trazer essa liderança à razão." Mas os apoiadores da intervenção militar que derrubou Mursi em 3 de julho estão igualmente inflexíveis. "Perguntamos a ela (Ashton): você aceitaria um protesto armado sob o seu teto", disse Mahmoud Badr, líder do movimento juvenil Tamarud, que mobilizou enormes manifestações contra Mursi antes de os militares agirem para derrubar o primeiro presidente livremente eleito na história egípcia.

"E se a Al Qaeda fizesse um protesto? Você deixaria?", afirmou ele a jornalistas após se reunir com Ashton.

No começo da manhã de sábado, o Exército matou 80 manifestantes favoráveis a Mursi, e muitos temem mais violência na segunda-feira à noite, quando a Irmandade planeja uma nova passeata da mesquita onde ocorre a vigília até a sede do Ministério do Interior.

Os EUA, que dão ajuda militar de 1,3 bilhão de dólares por ano ao Egito, disseram na segunda-feira que "condenam fortemente" o incidente de sábado, e pediram respeito ao direito à manifestação pacífica.

"A violência não só fará recuar ainda mais o processo de reconciliação e democratização do Egito, como também impactará negativamente a estabilidade regional", disse o porta-voz Josh Earnest.

Ashton se reuniu com o comandante das Forças Armadas, general Abdel Fattah al Sisi, com membros do governo provisório e com representantes do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade.

Ela deve falar na terça-feira com os jornalistas. Antes de chegar, ela declarou que pretendia estimular um "processo de transição plenamente inclusivo, abrangendo todos os grupos políticos, inclusive a Irmandade Muçulmana".

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