UE quer compartilhar vacinas excedentes com países mais pobres
A UE, com uma população de 450 milhões, já garantiu cerca de 2,3 bilhões de vacinas e candidatas de seis empresas
Reuters
Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 10h26.
Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 11h35.
A União Europeia quer criar um mecanismo que permita o compartilhamento do excedente de vacinas contra Covid-19 com os países vizinhos mais pobres e com a África, disse a chefe de saúde da UE nesta terça-feira, em um movimento que pode abalar um sistema global liderado pela OMS.
A UE, com uma população de 450 milhões, já garantiu cerca de 2,3 bilhões de vacinas e candidatas de seis empresas, embora a maioria delas ainda precise de aprovação regulatória.
"Estamos trabalhando com os Estados membros para propor um mecanismo europeu para compartilhar vacinas além de nossas fronteiras", afirmou a comissária de saúde da UE Stella Kyriakides aos legisladores da UE na terça-feira, confirmando uma reportagem da Reuters de dezembro.
Ela enfatizou que o mecanismo levaria vacinas aos países mais pobres "antes que o Covax esteja totalmente operacional", referindo-se ao esquema global coliderado pela Organização Mundial da Saúde para garantir uma distribuição justa das vacinas contra Covid-19 em todo o mundo.
O Covax já está operacional, mas até agora tem tido dificuldades para garantir vacinas. O programa anunciou em dezembro acordos para quase 2 bilhões de doses, mas a maior parte dessas injeções foi prometida por fabricantes de vacinas sob acordos não vinculantes porque o Covax está atualmente sem dinheiro para reservá-las com antecedência.
"As empresas não vão lhe dar doses se você não pagar adiantado", disse um negociador sênior de vacinas da UE sob condição de anonimato, observando que a iniciativa da UE foi resultado do Covax ter ficado aquém das expectativas.
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