Estação de trem lotada de refugiados: a Comissão prevê a chegada de um milhão de pessoas em 2015, 1,5 milhão em 2016 e meio milhão em 2017 (Reuters / Antonio Bronic)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2015 às 09h32.
A Comissão Europeia calcula que quase três milhões de pessoas chegarão à União Europeia (UE) entre 2015 e 2017, fugindo da guerra e da pobreza, anunciou o Executivo comunitário.
"Quase três milhões de pessoas adicionais chegarão à UE no período", afirma a Comissão nas previsões econômicas de outono (hemisfério norte), nas quais considera que o fluxo ter uma impacto "leve mas positivo" na economia do bloco.
A Comissão prevê a chegada de um milhão de pessoas em 2015, 1,5 milhão em 2016 e meio milhão em 2017. Estas chegadas são traduzidas por um aumento da população do bloco de 0,4%, uma vez que as solicitações de asilo sejam aceitas.
"Existirá um impacto sobre o crescimento econômico que poderia ser leve, mas positivo para a UE em seu conjunto, e aumentar o PIB em entre 0,2% e 0,3% em 2017", afirmou o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, em uma entrevista coletiva.
A avaliação leva em consideração os gastos públicos adicionais, assim como o aporte da mão de obra adicional no mercado de trabalho, segundo Moscovici.
Também nesta quinta-feira, a ONU revisou em alta a previsão da chegada de migrantes à Europa e prevê a entrada de mais 600.000 pessoas em quatro meses, procedentes da Turquia.
"Entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) antecipa que podem acontecer, em média, 5.000 chegadas por dia a partir da Turquia, provocando um total de 600.000 chegadas a Croácia, Grécia, Sérvia, Eslovênia e a ex-república iugoslava da Macedônia", afirma um comunicado.
A Alemanha igualmente informou nesta quinta-feira que o país registrou a entrada de 181.166 migrantes em outubro, um número recorde, que eleva a 758.473 o total desde o início do ano.
Os dados são procedentes do sistema alemão EASY, que contabiliza os migrantes que chegam ao país e pretendem solicitar asilo e ainda não fizeram, segundo o ministério do Interior.
O ministério não descarta a possibilidade de pessoas registradas duas vezes ou outras que não estão registradas.