Repórter
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 16h00.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta, nesta quarta-feira, 17 de dezembro, de que, se o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) não for aprovado agora, ele não será mais assinado durante o seu mandato.
Ele afirmou que, caso o tratado não seja ratificado neste momento, o Brasil não firmará mais acordos desse tipo enquanto ele estiver na liderança do Executivo.
A declaração de Lula ocorreu horas após a Itália se juntar à França ao pedir o adiamento do tratado comercial entre os dois blocos, que o Brasil espera assinar durante a cúpula marcada para sábado, em Foz do Iguaçu (PR). "E eu já avisei para eles: se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente", disse o presidente.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também expressou, no mesmo dia, que considerava "prematuro assinar o acordo nos próximos dias". Lula, no entanto, se manteve firme.
"Então eu vou para Foz do Iguaçu na expectativa de que eles digam sim e não digam não, mas também se disserem não, nós vamos ser duros daqui para frente com eles", disse o presidente, em uma reunião de balanço anual com seus ministros.
O tratado, que vem sendo negociado há mais de 20 anos, enfrenta resistência de alguns países europeus devido aos impactos que poderia ter em seus setores agrícolas. A Comissão Europeia, por sua vez, espera concluir o processo de ratificação antes de sábado.
Enquanto isso, os membros plenos do Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – estão prontos para assinar o acordo. Se aprovado, o tratado permitirá à União Europeia exportar mais produtos como veículos, máquinas, vinhos e licores para a América do Sul, ao mesmo tempo que facilitará a entrada de produtos como carne, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos no mercado europeu.
A França, no entanto, exigiu medidas adicionais, como a proibição de pesticidas que são banidos na UE também nos países do Mercosul. A cúpula de chefes de Estado do Mercosul, marcada para sábado em Foz do Iguaçu, será precedida por um encontro de ministros das Relações Exteriores e da Economia, na mesma cidade da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
Se o acordo for ratificado, ele criará um mercado comum de 722 milhões de habitantes entre os países da União Europeia e do Mercosul.(Com informações da agência AFP)