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UE lançará medidas 'sem precedentes' para enfrentar crise energética

"Vamos propor medidas sem precedentes na próxima semana, para uma situação também sem precedentes", disse o comissário europeu de Energia

Sikela assegurou que havia apoio majoritário à ideia de um preço máximo do gás (Yves Herman/File Photo/Reuters)

Sikela assegurou que havia apoio majoritário à ideia de um preço máximo do gás (Yves Herman/File Photo/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de setembro de 2022 às 14h56.

A Comissão Europeia prometeu nesta sexta-feira, 9, apresentar um conjunto de "medidas inéditas" nos próximos dias para lidar com a crise energética, que tem provocado aumentos históricos nas contas dos consumidores do bloco.

"Vamos propor medidas sem precedentes na próxima semana, para uma situação também sem precedentes", disse o comissário europeu de Energia, Kadri Simson, ao final de uma reunião extraordinária de ministros europeus em Bruxelas.

Nesta reunião, os ministros da Energia dos países da União Europeia (UE) discutiram a possibilidade de adotar um teto para o preço do gás importado, em meio a um aparente consenso sobre a necessidade de medidas urgentes.

Josef Sikela, chefe da Indústria da República Tcheca (país que detém a presidência semestral da UE), observou em comunicado que os ministros pediram à Comissão Europeia (braço executivo do bloco) "que apresente uma proposta sólida e tangível" sobre como avançar nesta questão.

Em entrevista coletiva, Sikela assegurou que havia apoio majoritário à ideia de um preço máximo do gás, mas pediu tempo para definir como a iniciativa seria implementada.

Nessa mesma coletiva de imprensa, Simson lembrou que a proposta inicial da Comissão Europeia era impor um teto ao preço do gás russo.

No entanto, acrescentou, "vários ministros pediram" que analisemos esta medida "para o resto do gás que a UE importa".

De acordo com Simson, o objetivo da proposta da Comissão é "contrapor a manipulação da Rússia nas entregas de gás para a Europa, e por isso faz sentido focar no gás russo", mas acrescentou que "nada está fora da mesa" das discussões.

Maioria

A prioridade, disse Simson, é intensificar os contatos com os países "mais dependentes do gás russo no momento, porque ouvi algumas alegações de que eles estão tendo dificuldade em encontrar rotas alternativas de abastecimento".

Os países do bloco, segundo o funcionário, "geralmente são muito relutantes em apoiar medidas vinculativas, mas é exatamente isso que a Comissão está considerando".

Ao final da reunião, o ministro italiano da Transição Ecológica, o físico Roberto Cingolani, salientou que havia uma "forte maioria" a favor da adoção de um teto geral no preço do gás importado para a Europa.

Segundo Cingolani, 15 países expressaram essa posição na reunião a portas fechadas, com três preferindo limitá-la apenas ao gás russo.

Em Berlim, o chefe do Governo alemão, Olaf Scholz, salientou que havia "propostas muito diferentes", acrescentando que "é preciso levar em conta a situação" de cada país-membro, pois "são muito diferentes" de um para outro.

A ideia de um teto ao preço do gás russo provocou uma forte reação de Moscou, que alertou que, se a ideia for bem sucedida, a Rússia adotará uma suspensão total do fornecimento.

"Não entregaremos nada se for contrário aos nossos interesses, neste caso econômicos. Nem gás, nem petróleo, nem carvão... Nada", disse o presidente Vladimir Putin.

Diante dessa situação, uma das alternativas em discussão é que os países da UE negociem em conjunto com os principais fornecedores de gás, como Noruega, Argélia ou Estados Unidos, para obter melhores condições.

Os países da UE estão "pedindo novas ideias sobre como limitar o preço do gás", disse a ministra francesa de Transição Energética, Agnes Pannier-Runacher.

A Comissão também promove a redução do consumo de energia e a adoção de limites aos benefícios das empresas produtoras de eletricidade de baixo custo, como as baseadas em tecnologia nuclear ou energias renováveis.

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