(Yves Herman/Reuters)
Reuters
Publicado em 28 de abril de 2021 às 11h29.
Última atualização em 28 de abril de 2021 às 12h52.
Advogados da União Europeia exigiram nesta quarta-feira que a AstraZeneca entregue de imediato vacinas contra covid-19 de suas fábricas no Reino Unido, uma medida que pode ressuscitar uma desavença com Londres a respeito dos suprimentos escassos de vacina.
A exigência veio na audiência inicial do processo da Comissão Europeia contra a farmacêutica anglo-sueca em Bruxelas por causa do atraso nas remessas.
A AstraZeneca descumpriu prazos tanto com o Reino Unido quanto com a UE, atrasando especialmente a campanha de imunização do bloco e provocando tensões entre Londres e Bruxelas.
O bloco acusa a empresa de não cumprir suas obrigações contratuais, enquanto a AstraZeneca diz estar respeitando o acordo, que não considera totalmente obrigatório.
"Exigimos entregas até o final de junho, e também exigimos de imediato o uso de todas as fábricas listadas no contrato", disse Rafael Jafferali, um advogado da UE, ao juiz em uma sala de audiências repleta de jornalistas.
"O contrato listou uma série de fábricas que tinham de ser usadas pela AstraZeneca e que até hoje, em uma violação de contrato, a AstraZeneca não está usando", disse o advogado.
O advogado da AstraZeneca, Hakim Boularbah, replicou: "Não há obrigação de usar as fábricas".
Autoridades da UE dizem à Reuters que a AstraZeneca justifica a falta de suprimentos do Reino Unido citando cláusulas de seus contratos com o país que a impedem de exportar a vacina que desenvolveu com a Universidade de Oxford.