Bruxelas - A União Europeia estuda aprofundar as sanções econômicas que já pesam sobre a Rússia desde julho por causa da intensificação da crise na Ucrânia e acrescentar como novidade a exclusão do país de eventos culturais, econômicos e esportivos internacionais, em plena confusão pelo anúncia de cessar-fogo.
"As propostas (da Comissão Europeia) complementam as adotadas em 31 de julho e estão relacionadas com os mercados de capital, defesa, produtos de uso dual e tecnologias sensíveis", informou em comunicado a porta-voz do Executivo comunitário, Pia Ahrekilde, que lembrou que as restrições serão agora consideradas pelos Estados-membros.
"A medida de maior peso que será proposta pela Comissão Europeia (CE) será a extensão das restrições aos mercados de capitais", assinalaram fontes comunitárias, que lembraram que a decisão final depende dos Estados-membros, que manterão reuniões em nível de embaixadores todos os dias desta semana até que na sexta-feira seja anunciada a decisão final.
"Mais companhias russas seriam afetadas pelas restrições de acesso aos mercados de capitais (em julho esta medida se limitou aos grandes bancos estatais) e seria cortado o vencimento dos instrumentos financeiros que poderiam utilizar (agora de 90 dias)", precisaram as mesmas fontes.
Entre as companhias que podem ser afetadas pelas novas sanções etão incluídas as pertencentes ao setor de defesa e os grupos energéticos estatais, o que poderia cortar a via de financiamento à principal petrolífera do país, Rosneft, assim como à Gazprom Neft, a companhia petrolífera da Gazprom, segundo o jornal britânico "Financial Times".
A Rússia também não poderia utilizar os serviços das companhias petrolíferas europeias para suas perfurações em alto-mar, exploração no Ártico e produção de combustível de xisto, mas as sanções não afetariam o sensível setor do gás natural, acrescenta o jornal britânico.
As possíveis sanções também preveem a proibição de determinados produtos financeiros, como os empréstimos sindicalizados, apontaram as fontes comunitárias.
O Executivo comunitário contempla, por outro lado, dar mais um passo e ampliar os setores afetados pelas restrições mediante, por exemplo, à exclusão da Rússia dos "eventos culturais, econômicos e esportivos internacionais", como a Copa do Mundo 2018.
As novas sanções também incluem ampliar a lista de produtos de uso dual -civil e militar- que foram proibidos de exportar à Rússia, que é acusada pela Ucrânia e pelos países ocidentais de apoiar com tropas e armamento os separatistas pró-Rússia do leste ucraniano.
Os chefes de Estado e do governo da UE encarregaram no sábado passado a Comissão Europeia de propor novas sanções para a Rússia com a intenção de aprová-las no prazo de uma semana em função da evolução da situação na Ucrânia.
Os líderes pediram expressamente à Comissão, segundo o texto de conclusões do encontro, que incluísse nas sanções "todas as pessoas e instituições que tratam com os grupos separatistas em Donbass", a zona industrial do leste do Ucrânia na qual se concentram os separatistas pró-Rússia.
Kiev anunciou hoje um cessar-fogo permanente em Donbass que não confirmou Moscou.
"Se este avanço for confirmado em palavras e no terreno, seria preciso ver se finalmente são adotadas ou não as novas sanções, mas isto é uma decisão que depende dos vinte E oito", apontaram as fontes consultadas.
As sanções adotadas pela UE contra a Rússia em julho já incluíam medidas para os setores econômicos, energéticos e de defesa.
A presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, pediu na cúpula de líderes do sábado um "embargo completo" sobre provisões de material militar à Rússia e a extensão das restrições aos contratos atualmente em vigor.
Este extremo não parece figurar entre as opções da Comissão porque nenhum outro país se pronunciou a favor desta medida, asseguraram as fontes.
Os vinte E oito decidirão nesta semana se aplicam todas ou parte das sanções propostas por Bruxelas, e adotarão a decisão formalmente por procedimento escrito sem a necessidade de convocar de novo os ministros europeus das Relações Exteriores, acrescentaram.
As medidas serão publicadas no "Diário Oficial" da UE.
- 1. Velas e armas
1 /13(Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
- 2. Pelo chão
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As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
- 3. Memória saqueada
3 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
- 4. Sem destino
4 /13(Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
- 5. Caixa-preta
5 /13(Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
- 6. Represália Europeia
6 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
- 7. Maioria holandesa
7 /13(Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
- 8. Domingo de homenagem
8 /13(Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
- 9. Em busca da cura
9 /13(Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
- 10. EUA diz que sabe
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Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
- 11. Artigo editado
11 /13(Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
- 12. Duas tragédias no ano
12 /13(Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
- 13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
13 /13(Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)