A falta de informação do que ocorre no Egito dificulta a atuação da diplomacia da UE (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 14h35.
Bruxelas - A União Europeia (UE) acordou nesta segunda-feira reivindicar ao presidente egípcio, Hosni Mubarak, um processo de "transição" que leve à convocação de eleições "livres" e "justas".
A mensagem está no texto de conclusões da reunião de ministros de Assuntos Exteriores realizada nesta segunda em Bruxelas, no qual os 27 reivindicarão ao Egito "reformas democráticas substanciais". Para a UE, só é possível avançar a partir de um Governo de unidade com "ampla base" que atenda às demandas dos manifestantes.
Em seu texto, os ministros reconhecem as "aspirações legítimas e o sofrimento da população egípcia".
A referência ao pleito foi estipulada na última hora. Até então, a alta representante de Política Externa e de Segurança Comum da União Europeia (UE), Catherine Ashton, evitava falar em eleições.
Segundo uma fonte europeia, os Estados-membros tinham opiniões divergentes sobre este ponto, pois alguns, como França e Reino Unido, preferiam não "interferir" no processo, enquanto Alemanha, Espanha e outros membros defendiam a convocação de eleições.
Em sua chegada à reunião, a chanceler espanhola, Trinidad Jiménez, declarou que considera "importante que as forças políticas (egípcias) façam um esforço" e alcancem um "consenso" para avançar rumo a um "Governo de unidade" primeiro e, posteriormente, à realização de "eleições livres e com todas as garantias".
De forma geral, os membros da UE consideram que as reivindicações populares "devem ser escutadas" e que é necessário realizar uma "transição" que respeite os direitos humanos, as liberdades fundamentais e o Estado de direito.
No entanto, fontes europeias reconhecem as dificuldades que a UE está encontrando para adotar uma posição sobre uma situação que muda "a cada hora", sobre a qual se há pouca informação de primeira mão e na qual a postura do Exército pode ser fundamental.