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Ucraniano torturado diz ter sido acusado de espionagem

O ativista opositor ucraniano Dmytro Bulátov informou que seus agressores o acusaram de espionar para os Estados Unidos


	Barricadas em Kiev, Ucrânia: Bulátov denunciou ter sido interrogado e agredido brutalmente diariamente durante seu cativeiro de oito dias no meio de protestos
 (AFP)

Barricadas em Kiev, Ucrânia: Bulátov denunciou ter sido interrogado e agredido brutalmente diariamente durante seu cativeiro de oito dias no meio de protestos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 12h16.

Vilnius - O ativista opositor ucraniano Dmytro Bulátov, submetido a tratamento médico na Lituânia após ser sequestrado e torturado em Kiev, informou nesta quinta-feira que seus agressores o acusaram de espionar para os Estados Unidos.

Em entrevista coletiva na capital lituana, Vilnius, Bulátov denunciou ter sido interrogado e agredido brutalmente diariamente durante seu cativeiro de oito dias no meio de protestos antigoverno que acontecem desde novembro na Ucrânia.

Segundo Bulátov, os sequestradores, que cortaram metade de sua orelha, perguntavam sobre suas relações com a embaixada americana e os nomes dos financiadores do movimento opositor Automaidán, do qual é membro.

Os criminosos também teriam o obrigado a confessar para uma câmera que trabalha para a CIA e que tinha recebido US$ 50 mil do embaixador dos EUA.

O ativista disse acreditar que seus torturadores eram das forças especiais da Rússia, porque falavam russo, embora com sotaque, e pela forma como bateram, que o fez pensar que "eram profissionais". "Mas quero ressaltar que essa é só minha opinião", acrescentou.

Bulátov relatou que, depois do sequestro, teve insônia, dores de cabeça e também não conseguiu ler durante muito tempo.

"Não posso dormir sem calmantes. Me custa refletir sobre o que aconteceu. Tenho pesadelos, lembranças horríveis", confessou.

No entanto, disse que está se recuperando e deu as graças aos médicos lituanos que o atendem no hospital.

O ativista, cujo sequestro foi denunciado em 22 de janeiro, apareceu oito dias mais tarde na cidade de Vishenski, nos arredores da capital ucraniana.

Bulátov, que apresentava vários cortes de canivete no rosto e no corpo, foi abandonado pelos sequestradores em uma floresta, e depois conseguiu se comunicar com alguns amigos, que o pegaram de carro e o levaram ao hospital.

A oposição ucraniana denunciou que muitos ativistas do Automaidán, grupo opositor que organiza caravanas de veículos para promover devassas, sofreram ataques, alguns deles tiveram seus carros destruídos e outros foram detidos. 

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