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Ucrânia pede que cidadãos deixem a Rússia e convoca reservistas

Além disso, a Ucrânia declarou Estado de Emergência em todo seu território e o Parlamento aprovou em primeira leitura um projeto que permite porte armas

Ucranianos protestam contra a Rússia do lado de fora da embaixada russa em Kiev 22/02/2022  (Umit Bektas/Reuters)

Ucranianos protestam contra a Rússia do lado de fora da embaixada russa em Kiev 22/02/2022 (Umit Bektas/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 09h09.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2022 às 10h11.

O governo da Ucrânia solicitou nesta quarta-feira (23) que cidadãos não visitem a Rússia e alertou que ucranianos que já estão no país vizinho devem sair imediatamente. Em comunicado, o ministério das Relações Exteriores afirmou que ignorar essas recomendações "complicará significativamente" a proteção adequada de ucranianos em território russo.

"Com a intensificação da agressão russa contra a Ucrânia, que, entre outras coisas, pode levar a restrições significativas à prestação de assistência consular na Federação Russa, o Ministério das Relações Exteriores recomenda que os cidadãos ucranianos se abstenham de quaisquer viagens à Federação Russa. Quem está neste país deve deixar o território imediatamente", informa o comunicado.

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Países como Portugal, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Espanha, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Iraque, Kuwait e Itália já pediram aos seus cidadãos que deixem a região onde um conflito parece iminente.

No Twitter, o ministro Dmytro Kuleba pediu que o Ocidente imponha sanções mais duras contra o governo de Vladimir Putin. "Para impedir Putin de cometer mais agressões, pedimos aos parceiros que imponham mais sanções à Rússia agora. Os primeiros passos decisivos foram dados ontem (terça-feira), e estamos gratos por eles. Agora a pressão precisa aumentar para parar Putin. Ataquem sua economia e comparsas. Ataquem mais. Ataquem forte. Ataquem agora", escreveu.

Estado de emergência e recrutamento de reservistas

A Ucrânia declarou Estado de Emergência e começou a mobilizar reservistas nesta quarta-feira, pedindo a seus cidadãos que deixem imediatamente a Rússia por causa de uma crescente ameaça de guerra. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vinha adiando a mobilização de tropas e outras medidas emergenciais, temendo que o pânico pudesse causar mais danos à economia. Mas em um discurso televisionado nesta terça em Kiev, ele disse que as ameaças russas à soberania da Ucrânia o estavam forçando a chamar reservistas para o serviço ativo e a mobilizar membros das recém-criadas brigadas de defesa territorial para exercícios.

Zelensky disse que a Ucrânia não realizará uma mobilização geral de civis, instando-os a continuar a vida normal."Estamos certos de nós mesmos, estamos certos em nosso país, estamos certos de nossa vitória", disse. "Estamos aqui para superar, não para chorar", acrescentou.

O conselheiro de segurança nacional de Zelensky, Oleksiy Danilov informou que a convocação de reservistas envolveria inicialmente 36 mil militares com experiência em combate. Os militares permanentes do país somam cerca de 200 mil soldados uniformizados.

A Rússia reuniu cerca de 190 mil soldados ao longo das fronteiras com a Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu, no início desta semana, a independência Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia.

Nesta quarta-feira, as Forças Armadas da Ucrânia informaram em comunicado que começaram a recrutar reservistas com idades entre 18 e 60 anos, após um decreto do presidente Volodmir Zelenski. O período máximo de serviço militar no país é de um ano. Zelenski disse nesta terça-feira que daria início a medida, mas descartou uma mobilização geral após a Rússia anunciar que está enviando tropas para o leste do território ucraniano.

Porte de armas

O Parlamento da Ucrânia votou nesta quarta-feira para aprovar em primeira leitura um projeto de lei que dá permissão aos ucranianos para portar armas de fogo e agir em autodefesa.

"A adoção desta lei é totalmente do interesse do Estado e da sociedade", disseram os autores do projeto de lei em uma nota, acrescentando que a lei era necessária devido às "ameaças e perigos existentes para os cidadãos da Ucrânia".

Uma das piores crises de segurança da Europa em décadas foi deflagrada depois que o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu duas regiões separatistas do leste da Ucrânia como independentes e ordenou o envio de tropas russas para o leste da Ucrânia.

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