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Ucrânia diz que vai lutar pelo controle de Soledar, mas 'situação é difícil'

"Os combates mais ferozes e mais intensos continuam hoje (quinta-feira) na área de Soledar", disse a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Ganna Malyar, à imprensa

Ucrânia: a vice-ministra acrescentou que, "apesar da situação difícil, os soldados ucranianos lutam sem descanso" (AFP/AFP Photo)

Ucrânia: a vice-ministra acrescentou que, "apesar da situação difícil, os soldados ucranianos lutam sem descanso" (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 12 de janeiro de 2023 às 12h03.

O Exército ucraniano luta nesta quinta-feira (12) em Soledar, apesar de a situação ser "difícil", e os combates, "ferozes", nesta pequena cidade do leste do país, que as forças russas tentam conquistar para dar uma virada favorável em sua campanha militar.

"Os combates mais ferozes e mais intensos continuam hoje (quinta-feira) na área de Soledar", disse a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Ganna Malyar, à imprensa.

A vice-ministra acrescentou que, "apesar da situação difícil, os soldados ucranianos lutam sem descanso", para não permitir que as forças russas, compostas principalmente por mercenários do grupo paramilitar Wagner, ataquem em seguida a cidade vizinha de Bakhmut.

Conhecida por suas grandes minas de sal, Soledar fica a apenas 15 quilômetros a nordeste de Bakhmut, a grande cidade da região, que as forças russas tentam tomar desde o verão, até agora sem sucesso.

"Cada vitória é importante, especialmente porque não há vitórias há algum tempo" do lado russo, disse o analista militar Alexander Khramchijin, referindo-se a Soledar, uma cidade de 10.000 habitantes antes da guerra e agora devastada.

Na quarta-feira (11), o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, apressou-se em anunciar que seus homens controlavam Soledar, mas o Ministério da Defesa da Rússia e Kiev rapidamente negaram.

Nesta quinta-feira, o Kremlin destacou "o trabalho gigantesco" e as "ações heroicas" dos homens de Wagner na linha de frente.

"Há muito trabalho a ser feito. Não há tempo para parar e esfregar as mãos", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, à imprensa.

- "Estamos aguentando" -
"A Rússia envia milhares de seus cidadãos para o matadouro, mas estamos aguentando", insistiu a vice-ministra Ganna Malyar nesta quinta-feira, elogiando a "resiliência e heroísmo" das forças ucranianas.

Desde o verão passado, a Rússia tenta assumir o controle desta área da região de Donetsk, depois de ter sofrido vários reveses que levaram seu presidente, Vladimir Putin, a mobilizar centenas de milhares de reservistas e a lançar uma campanha de bombardeios contra as infraestruturas energéticas.

Sem fornecer números, Malyar disse hoje à imprensa que as tropas russas que combatem em Soledar "estão sofrendo grandes perdas" em sua tentativa "malsucedida" de romper a linha de defesa ucraniana.

Kiev não estimou o número de soldados mortos e feridos na região.

Em entrevista à AFP na quarta-feira, o conselheiro da Presidência ucraniana, Mikhailo Podoliak, citou "perdas significativas".

Em Bakhmut, a médica Elena Molchanova, de 40 anos, continua tratando os últimos pacientes civis que permaneceram na cidade, apesar dos bombardeios.

"Não temos seringas, nem agulhas suficientes para insulina. Os estoques de medicamentos para o coração acabam muito rápido. Temos paracetamol, mas isso não vai curar os pacientes", disse à AFP.

- Sem novos objetivos -

O chefe do Estado-Maior russo, Valeri Guerasimov, interlocutor direto de Putin, foi nomeado na quarta-feira "comandante do grupo combinado de tropas" destacado na Ucrânia, substituindo Serguei Surovikin, que comandou as operações por apenas três meses.

Oficialmente, a reorganização se deve à "ampliação da escala das missões que devem ser realizadas e à necessidade de uma maior interação entre os componentes das Forças Armadas", segundo o Ministério russo da Defesa.

Na realidade, porém, Surovikin foi culpado das dificuldades das forças russas em avançar no terreno, da tática malsucedida de bombardear a infraestrutura energética ucraniana — que não quebrou o governo de Kiev — e do bombardeio ucraniano de Ano Novo em Makéyevka, onde pelo menos 89 soldados russos morreram.

"Vladimir Putin não falou sobre novos objetivos", disse Peskov nesta quinta-feira.

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