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Ucrânia denuncia entrada de tanques russos no leste do país

Ao todo, 32 tanques, peças de artilharia e soldados procedentes da Rússia entraram no leste separatista do país

Soldados russos na região de Donetsk: Ucrânia denunciou a entrada de tanques russos no leste do país (Alexander Khudoteply/AFP)

Soldados russos na região de Donetsk: Ucrânia denunciou a entrada de tanques russos no leste do país (Alexander Khudoteply/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 14h22.

Kiev - As autoridades de Kiev denunciaram nesta sexta-feira a incursão de 32 tanques, peças de artilharia e soldados procedentes da Rússia no leste da Ucrânia, reduto dos separatistas pró-russos, onde nas últimas 24 horas morreram cinco militares e mais de 30 pessoas ficaram feridas.

Trata-se de um dos balanços de vítimas mais graves desde a trégua que entrou em vigor em 5 de setembro passado, mas que, até agora não conseguiu resolver o conflito.

"Trinta e dois tanques, 16 obuses e 30 caminhões militares Kamaz com tropas entraram na Ucrânia oriundos da Rússia e se dirigem para a cidade de Krasny Luch, em Lugansk", declarou um porta-voz ucraniano, Andrei Lysenko.

Outra coluna de caminhões que transportam equipamentos de rádio cruzou a fronteira pela passagem de Izvarin, em poder dos separatistas, acrescentou.

O porta-voz também falou de "cinco militares mortos e outros 16 feridos nas últimas 24 horas".

Na cidade de Donetsk, principal reduto rebelde, 15 civis ficaram feridos na quinta-feira por fragmentos de obus perto do aeroporto, onde os separatistas pró-russos e as forças de Kiev se enfrentam há meses.

Fim da guerra

Nesta sexta-feira, cerca de 150 pessoas participaram no funeral de dois adolescentes mortos na quarta-feira em um bombardeio perto de uma escola em Donetsk. Kiev e os rebeldes se acusam mutuamente de serem os responsáveis.

"É preciso evitar que volte a acontecer uma coisa assim, é preciso parar com a guerra", afirmou o prefeito da cidade, Igor Martynov.

A situação se agravou depois das eleições de domingo passado, organizadas pelas autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Lugansk, duas entidades rebeldes.

As eleições reconhecidas por Moscou, mas rejeitadas por Kiev, fragilizaram ainda mais a trégua e fazem temer uma nova ofensiva rebelde.

O vice-ministro russo das Relações Exteriores, que disse respeitar o resultado da votação, pediu o restabelecimento do diálogo com os rebeldes.

Depois das eleições, o governo ucraniano adotou uma série de medidas para isolar ainda mais a região e evitar que "o câncer se estenda", segundo palavras do presidente Petro Poroshenko.

Entre outras medidas, o governo impôs o controle de passaportes perto da zona rebelde e anunciou a supressão de ajudas públicas, principalmente pensões, aos habitantes que não voltarem a viver nos territórios controlados por Kiev.

O governo quer, em médio prazo, congelar todas as subvenções para esta região, que, segundo Kiev, chegam a 34 bilhões de grivnas (1,8 bilhão e euros) ao ano.

A União Europeia anunciou, por sua parte, uma reunião de seus ministros das Relações Exteriores no próximo dia 17 de novembro para falar de novas sanções contra Moscou.

A Rússia já está sob um regime de sanções desde que, em março, anexou a península ucraniana da Crimeia e como reação internacional à derrubada de um avião comercial, que foi atingido por um míssil disparado do território rebelde ucraniano.

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