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Ucrânia acusa Rússia de nova incursão militar

Acusação abalou o otimismo cauteloso trazido pelas conversas de terça-feira entre os presidentes Vladimir Putin e Petro Poroshenko


	Soldados russos: Rússia vem negando reiteradamente que envia armas e soldados para ajudar os rebeldes do leste
 (Dmitry Serebryakov/AFP)

Soldados russos: Rússia vem negando reiteradamente que envia armas e soldados para ajudar os rebeldes do leste (Dmitry Serebryakov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 10h39.

Kiev/Donetsk - A Ucrânia acusou forças russas de lançarem uma nova incursão militar através de sua fronteira nesta quarta-feira, um dia depois de os líderes dos dois países concordarem em trabalhar para pôr fim ao conflito separatista no leste ucraniano.

A acusação, que não pôde ser verificada de imediato, rapidamente abalou o otimismo cauteloso trazido pelas conversas de terça-feira entre os presidentes Vladimir Putin e Petro Poroshenko para resolver a crise de cinco meses.

O porta-voz militar da Ucrânia, Andriy Lysenko, afirmou que um grupo de soldados russos cruzou a divisa em blindados de transporte de infantaria e em um caminhão e entrou na cidade de Amvrosiyivka, no leste, perto de onde a Ucrânia deteve dez soldados russos na segunda-feira.

Lysenko disse que os combates nas cidades de Horlivka e Ilovaysk, respectivamente no norte e no leste, mataram pelo menos 200 separatistas pró-Rússia e destruíram tanques e sistemas de mísseis. Segundo ele, 13 efetivos ucranianos foram mortos nas últimas 24 horas e 36 ficaram feridos.

O Ministério da Defesa russo não comentou de imediato sobre a suposta incursão.

A Rússia vem negando reiteradamente que envia armas e soldados para ajudar os rebeldes do leste, e afirma que os homens capturados na segunda-feira atravessaram um trecho não identificado da fronteira por engano.

“Quanto à mais recente onda de pânico na mídia ucraniana dando conta de que a Rússia está se juntando à guerra – se a Rússia o fizesse, a contra-ofensiva já estaria em Kiev”, declarou Denis Pushilin, ex-líder separatista, a repórteres em Moscow.

A polêmica sobre o envolvimento russo direto está no cerne da crise, na qual os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções à Rússia e Moscou respondeu na mesma moeda. A Rússia reforçou suas forças na divisa ucraniana e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reagiu intensificando exercícios militares no leste europeu.

Depois de se reunir com Putin, Poroshenko prometeu trabalhar em um plano de cessar-fogo urgente para deter o conflito, no qual os rebeldes declararam a independência de duas repúblicas no leste que juntas formam uma região à qual se referem como Novorossiya (Nova Rússia).

Putin classificou as conversas de terça-feira em Belarus de positivas, mas disse que não cabe à Rússia resolver os detalhes da trégua entre Kiev e os rebeldes.

“Só podemos contribuir para criar uma situação de confiança para um possível, e a meu ver extremamente necessário, processo de negociação”.

Um líder rebelde, Oleg Tsaryov, escreveu no Facebook que acolhe o desfecho das conversas, mas que os separatistas não aceitarão nada menos que a independência total.

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