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Ucrânia já tem 13 mortos em dia de violência em Kiev

Governo fechou estações de metrô no centro da capital e prometeu restaurar a ordem

Manifestante anti-governo se prepara para lançar um coquetel molotov durante confronto com a polícia na Praça Independência, em Kiev, na Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters)

Manifestante anti-governo se prepara para lançar um coquetel molotov durante confronto com a polícia na Praça Independência, em Kiev, na Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 18h53.

Kiev - Confrontos ocorridos nesta terça-feira na capital da Ucrânia, Kiev, deixaram pelo menos 13 mortos, dos quais sete civis e seis policiais. Olha Bilyk, porta-voz da polícia de Kiev, disse à Associated Press que pelo menos seis policiais morreram e que três dos sete civis mortos provavelmente foram vítimas de disparos de armas de fogo.

O governo fechou estações de metrô no centro da capital e prometeu restaurar a ordem. Depois de darem um ultimato para que os confrontos cessassem até as 18h locais, as forças de segurança da Ucrânia entraram no acampamento permanente de protesto contra o governo na Praça Independência, na região central de Kiev.

O líder oposicionista Vitali Klitschko conclamou os manifestantes a defenderem o acampamento. Os policiais usaram canhões d'água e bombas de efeito moral contra os manifestantes, que reagiram com paus, pedras e bombas incendiárias. Minutos depois, grande parte do acampamento era consumido pelas chamas.

A violência de hoje diminuiu as expectativas para uma solução iminente da crise política na Ucrânia. Foi o pior episódio de violência das últimas semanas. A polícia usou balas de borracha e granadas de efeito moral contra milhares de manifestantes que tentavam chegar ao Parlamento. Dezenas de pessoas, entre civis e policiais, ficaram feridas.

Líderes opositores acusaram facções ligadas ao governo no Parlamento de adiar uma reforma constitucional que limitaria os poderes do presidente, uma importante exigência da oposição. As tensões também aumentaram após novas medidas adotadas tanto pela Rússia quanto pela União Europeia (UE) para ganhar influência sobre a ex-república soviética.

Os protestos tiveram início em novembro, depois de o presidente Viktor Yanukovich decidir não assinar um acordo que aproximaria o país da UE. Em dezembro, o presidente russo Vladimir Putin prometeu emprestar US$ 15 bilhões ao país, mas depois de comprar títulos ucranianos no valor de US$ 3 bilhões, os pagamentos foram adiados. O ministro russo disse que segunda-feira que US$ 2 bilhões seriam emprestados à Ucrânia nesta semana.


Quando o Parlamento adiou a sessão desta terça-feira para discutir a questão da redução dos poderes presidenciais, milhares tomaram o rumo do Parlamento para pressionar os integrantes do Legislativo. Gritando "vergonha" os manifestantes jogaram pedras contra a polícia e atearam fogo em caminhões estacionados para bloquear sua passagem.

A polícia respondeu com granadas de efeito moral e disparou o que parecem ser pequenas bolas de metal. Cerca de 150 manifestantes ficaram feridos, informou a unidade médica dos manifestantes, mas o Ministério do Interior afirma que 40 se feriram.

Mais cedo, manifestantes invadiram o escritório do Partido das Regiões, mas foram expulsos do local pela polícia. Quando bombeiros chegaram ao local para apagar um incêndio, descobriram o corpo de um funcionário, informou o serviço de emergência em comunicado.

Os confrontos desta terça-feira aconteceram dois dias após governo e oposição terem chegado a um acordo. Os manifestantes retiraram-se de um prédio do governo em Kiev, ocupado desde 1º de dezembro, depois de o governo libertar vários ativistas que estavam presos.

Mas as tensões se elevaram depois de o ministro de Finanças da Rússia ter oferecido a retomada da ajuda financeira à Ucrânia na segunda-feira, quando o presidente Viktor Yanukovich deveria nomear um novo primeiro-ministro, o que fez a oposição temer que ele escolheria alguém com tendências pró Rússia.

Klitschko apelou a Yanukovich para que concorde com as reformas e convoque eleições antecipadas. Caso contrário, advertiu ele, o presidente terá de enfrentar a intensificação da crise.

O governo da França criticou nesta terça-feira o "uso indiscriminado da força" em Kiev. "Eu condeno a retomada da violência em Kiev e o indiscriminado uso da força que fez várias vítimas", disse o ministro de Relações Exteriores Laurent Fabius, pedindo que os dois lados ajam com moderação. (Com informações da Associated Press e da Dow Jones Newswires)

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