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TV colombiana divulga vídeo de jornalistas equatorianos sequestrados

Na gravação, jornalistas dizem que sequestradores condicionam soltura à liberação de três guerrilheiros detidos no Equador

Sequestrados: "Senhor presidente Lenín Moreno, em suas mãos estão as nossas vidas" (RCN Notícias/Reprodução)

Sequestrados: "Senhor presidente Lenín Moreno, em suas mãos estão as nossas vidas" (RCN Notícias/Reprodução)

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EFE

Publicado em 3 de abril de 2018 às 16h19.

Um vídeo no qual aparecem os três integrantes da equipe jornalística equatoriana do jornal "El Comércio", que foram sequestrados em 26 de março na fronteira com a Colômbia, foi divulgado nesta terça-feira pelo "Canal RCN", o que constitui a primeira prova de que estão vivos e confirma que os sequestradores são dissidentes das Farc.

No vídeo, os sequestrados afirmam que suas vidas estão nas mãos do presidente equatoriano, Lenín Moreno, e que os sequestradores pedem "em troca" três companheiros "detidos no Equador" para soltar os prisioneiros.

Em outro trecho da gravação, o jornalista Javier Ortega diz que os sequestradores fazem parte do Grupo Armado Oliver Sinisterra, comandado por Walter Patricio Artízala Vernaza, que antes era parte da frente Daniel Aldana das Farc.

O comandante das Forças Militares da Colômbia, general Alberto Mejía, atribuiu na semana passada a autoria do sequestro a dissidentes das Farc.

"Senhor presidente Lenín Moreno, em suas mãos estão as nossas vidas. Eles só querem a troca de seus três detidos no Equador pelas nossas vidas, as nossas três vidas", afirmou no vídeo de 22 segundos o jornalista Javier Ortega.

No vídeo, o jornalista acrescentou que os sequestradores pedem também "a anulação do convênio entre Equador e Colômbia para acabar com o terrorismo".

A equipe do jornal "El Comércio", integrada por Ortega (32 anos), o fotógrafo Paúl Rivas (45) e o motorista Efraín Segarra (60), foi sequestrada na fronteira entre Equador e Colômbia e desde então não havia informações sobre eles.

No vídeo, os comunicadores aparecem abraçados, presos e usando camisetas sujas em um espaço fechado.

Segundo os sequestradores, "os sequestros de civis não vão parar, assim como os ataques a militares em território equatoriano, a não ser que o governo de Lenín Moreno anule o convênio que assinou com a Colômbia para acabar com o terrorismo".

O governo equatoriano mantém sigilo sobre as negociações com os sequestradores.

"O Governo Nacional, diante da divulgação de um vídeo por parte de um meio de comunicação colombiana, no qual se expõe os três integrantes da equipe jornalística sequestrada, expressa o seu profundo mal-estar e rejeição", indica o Executivo em comunicado da Secretaria de Comunicação.

Desde o desaparecimento dos três membros da equipe, jornalistas, ativistas, cidadãos comuns e parentes realizaram vigílias diárias em diferentes pontos do Equador para pedir a libertação dos sequestrados.

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