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Tusk vê "lugar especial no inferno" para defensores do Brexit

O presidente do Conselho Europeu disse que pensa sobre como é o "lugar especial no inferno" para aqueles que promovem o Brexit sem um plano para realizá-lo

Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk (Yves Herman/Reuters)

Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk (Yves Herman/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 16h15.

Bruxelas - Os defensores da saída do Reino Unido da União Europeia que não têm um plano para efetivá-la merecem um "lugar especial no inferno", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, provocando a revolta de ativistas britânicos anti-UE, um dos quais o chamou de "valentão arrogante".

Conversando com repórteres em Bruxelas nesta quarta-feira, Tusk afirmou: "Venho me perguntando como será aquele lugar especial no inferno para aqueles que promoveram o Brexit sem nem mesmo o esboço de um plano para realizá-lo com segurança".

Tusk, que receberá a primeira-ministra britânica, Theresa May, na quinta-feira, fez a afirmação depois de conversas com o premiê da Irlanda sobre como salvar um acordo do Brexit antes de Londres se desligar do bloco em 50 dias, o que põe em risco a paz na Irlanda do Norte.

Dizendo que o Reino Unido partirá como um "amigo confiável" se descartar suas objeções à garantia de um "backstop" na fronteira irlandesa, Tusk usou uma linguagem dura que indicou a hostilidade que Londres pode enfrentar se não encontrar um meio-termo com seus vizinhos europeus.

O porta-voz de May insinuou que os comentários do presidente do Conselho Europeu não foram "úteis".

Enquanto surgiam manchetes bombásticas com as palavras de Tusk, o defensor do Brexit Nigel Farage, que fez campanha durante muito tempo a favor da separação da UE, contra-atacou minutos depois no Twitter: "Depois do Brexit estaremos livres de valentões arrogantes que não foram eleitos, como você, e cuidaremos de nosso próprio país", disse. "Parece mais o céu para mim".

A UE rejeita as queixas de que líderes como Tusk não são eleitos. Ele era premiê da Polônia ao ser escolhido em 2014 por outros líderes eleitos de países-membros do bloco, incluindo o então premiê britânico David Cameron, para comandar as cúpulas. Seu poder se limita a tentar conduzi-los a um consenso.

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