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Turquia suspende todas as relações comerciais com Israel em resposta à guerra em Gaza

O comércio entre os dois países movimentou US$ 6,8 bilhões em 2023

Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia (Arquivo/AFP)

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Agência o Globo
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Publicado em 2 de maio de 2024 às 20h43.

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A Turquia anunciou, nesta quinta-feira, a suspensão de todas as suas relações comerciais com Israel, depois de já ter restringido as suas exportações em abril em resposta à guerra em Gaza, anunciou o Ministério do Comércio turco, marcando uma nova etapa na deterioração das relações entre os dois países.

"A Turquia aplicará estas novas medidas (...) até que o governo israelense autorize um fluxo ininterrupto de ajuda humanitária para Gaza", informou a pasta. Contudo, o governo turco não estabeleceu claramente quais condições poderiam restabelecer o comércio.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, havia afirmado anteriormente nesta quinta-feira que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, havia "quebrado acordos [entre Israel e Turquia] ao bloquear as importações e exportações israelenses nos portos". O chefe da diplomacia israelense disse querer "criar alternativas ao comércio com a Turquia, concentrando-se na produção local e nas importações de outros países".

"Este é o comportamento de um ditador que pisoteia os interesses do povo turco e da comunidade empresarial, enquanto ignora os acordos comerciais internacionais", disse o ministro israelense em uma mensagem na rede social X (antigo Twitter).

O comércio entre os dois países movimentou US$ 6,8 bilhões em 2023, segundo dados da Bloomberg. Os principais produtos de exportação da Turquia para Israel foram, no ano passado, ferro e aço, enquanto as principais importações foram de produtos petrolíferos refinados.

No início de abril, a Turquia restringiu as exportações para Israel de um bom número de bens, como produtos de aço, ferro ou alumínio, devido à guerra em Gaza.

O conflito eclodiu em 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas atacou o sul de Israel, matando 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestrando mais de 250, segundo um relatório da AFP baseado em dados israelenses. Israel afirma que 129 permanecem em Gaza, dos quais 34 teriam morrido. Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva que já deixou 34.596 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo movimento islâmico.

O presidente turco já chamou Israel diversas vezes de "Estado terrorista" e afirmou que o Hamas é um "grupo de libertadores que protegem sua terra".

A Turquia tem papel-chave em esforços de mediação que envolvam o Hamas. O país, que é integrante da Otan — a aliança militar ocidental encabeçada pelos EUA — recebe altos integrantes do grupo palestino que controla Gaza e não o classifica como terrorista, como já faziam Israel e as potências ocidentais mesmo antes dos ataques terroristas de 7 de outubro.

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