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Turquia diz que vai haver retaliação se EUA suspenderem vendas de armas

Em uma entrevista, o ministro das Relações Exteriores disse que as medidas previstas no projeto de lei são erradas e não são adequadas entre aliados da Otan

Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu (Yiannis Kourtoglou/Reuters)

Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu (Yiannis Kourtoglou/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de maio de 2018 às 11h56.

Ancara - A Turquia irá retaliar se os Estados Unidos aprovarem uma proposta de lei que suspenderia as vendas de armas para o país, disse o ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, neste domingo.

Parlamentares na Câmara dos Representantes dos EUA publicaram detalhes na última sexta-feira sobre um projeto de lei de política de Defesa de 717 bilhões de dólares que inclui uma medida para temporariamente suspender as vendas de armas para a Turquia.

Em uma entrevista para a emissora CNN Turk, Cavusoglu disse que as medidas previstas no projeto de lei são erradas, ilógicas, e não são adequadas entre aliados da Otan.

"Se os Estados Unidos impuserem sanções ou tomarem tais medidas, a Turquia com certeza irá retaliar", disse Cavusoglu. "Faremos o que deve ser feito para que os EUA desistam disso."

O projeto do Ato de Autorização de Defesa Nacional, que está há vários passos de se tornar lei, pediria que o Departamento de Defesa disponibilize ao Congresso um relatório sobre a relação entre os Estados Unidos e a Turquia, e bloquearia as vendas de grandes equipamentos de Defesa até que o relatório estivesse completo.

A Turquia tem planos de comprar mais de 100 aviões de combate conjunto da Lockheed Martin, e também negocia com o Washington a compra de mísseis Patriot.

A Turquia assinou um acordo com a Rússia em dezembro para comprar baterias de mísseis S-400 como parte dos planos de Ancara para aumentar suas capacidades defensivas em meio a ameaças de militantes curdos e islâmicos em seu território e nas fronteiras com a Síria e o Iraque.

O ato de comprar os S-400s, que são incompatíveis com os sistemas da Otan, irritou os países membros da organização, que já se encontram preocupados com a presença militar de Moscou no Oriente Médio, levando as autoridades da Otan a alertar a Turquia sobre consequências não especificadas.

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