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Turquia continua na caça do autor do atentado em boate

Vários suspeitos de serem cúmplices do indivíduo que matou 39 pessoas na discoteca de Istambul foram detidos

Suspeito: na terça, a imprensa turca informou que o agressor poderia ser originário de um país da Ásia central (Umit Bektas/Reuters)

Suspeito: na terça, a imprensa turca informou que o agressor poderia ser originário de um país da Ásia central (Umit Bektas/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 12h53.

As autoridades turcas realizaram novas prisões nesta quinta-feira relativas à investigação do atentado de Ano Novo em Istambul, reivindicado pelo grupo radical Estado Islâmico e cujo autor continua foragido.

Vários suspeitos de serem cúmplices do indivíduo que matou 39 pessoas na discoteca de Istambul foram detidos em Silivri, perto de Istambul, de acordo com a agência governamental Anadolu, que não deu maiores detalhes.

Os suspeitos são naturais do "Turquestão Oriental", antigo nome da região chinesa de Xinjiang, de maioria uigur, afirmou a fonte.

Na terça, a imprensa turca informou que o agressor poderia ser originário de um país da Ásia central e o chanceler Melvut Cavusoglu anunciou no dia seguinte que o suspeito havia sido identificado, mas sem revelar seu nome ou nacionalidade.

O vice-ministro Veysi Kaynak afirmou nesta quinta que provavelmente o criminoso é de origem uigur.

As autoridades difundiram várias imagens do suspeito, que se filmou em plena rua da capital.

As autoridades acreditam que o agressor foi treinado no manejo de armas. No ataque, ele utilizou carregadores duplos para otimizar o tempo de recarga, granadas para desorientar os alvos e visou a parte superior do corpo das vítimas para aumentar a taxa de mortalidade.

Ao menos 36 pessoas se encontram detidas, entre elas a esposa do suposto agressor e várias pessoas oriundas da Ásia Central.

As revistas realizadas em Esmirna (oeste) depois da prisão de vinte pessoas levaram à descoberta de um óculos de visão noturna, material militar e passaportes falsos, segundo a agência Dogan.

Busca e captura

Depois de invadir a boate e realizar o massacre, o suspeito pegou um taxi para Zeytinburnu, na margem europeia de Istambul, e pegou dinheiro emprestado em um restaurante para pagar a corrida.

O dono do restaurante, entrevistado pela Dogan, confirmou que alguns de seus empregados se encontram presos.

Enquanto prosseguem as buscas, foi reforçada a segurança nas fronteiras grega e búlgara, onde veículos e pessoas são revistados.

O atentado coincidiu com a operação do exército turco para conquistar a cidade de Al Bab, reduto do EI no norte a Síria, onde Ancara dirige uma ofensiva contra os extremistas e as milícias curdas.

Ao reivindicar a matança da discoteca Reina, o EI repreendeu a Turquia por intervir na Síria e por participar na coalizão liderada pelos Estados Unidos que combate o grupo radical na Síria e Iraque.

A tragédia na boate Reina marcou um início de ano sangrento para a Turquia, já abalada em 2016 por uma tentativa de golpe e por uma onda de ataques cometidos por extremistas islâmicos, ou pela rebelião curda.

Decretado após a tentativa de golpe em julho, na terça-feira, o estado de emergência foi estendido por mais três meses pelo Parlamento turco.

Em seu primeiro discurso público desde o atentado, o presidente Erdogan declarou que esse ataque "tem como objetivo polarizar a sociedade".

"Os ataques visam a que nossa emoção prevaleça sobre nossa razão. Embora isso nos faça sofrer, não é uma desculpa para nos rendermos", frisou.

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