Otan: o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, concordou nesta segunda-feira com a adesão da Suécia (Darrell Gulin/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 10 de julho de 2023 às 17h46.
Última atualização em 10 de julho de 2023 às 17h54.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, concordou nesta segunda-feira com a adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e o seu governo vai promover o processo na legislatura turca, anunciou o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg. Mais cedo, Erdogan havia condicionado a aprovação do pedido sueco à adesão da Turquia à União Europeia, um processo que já se estende por duas décadas.
"Este é um dia histórico", disse Stoltenberg em entrevista coletiva em Vilna, na Lituânia, depois de se encontrar com Erdogan e o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, na véspera de uma cúpula da Otan na capital lituana. "Tenho o prazer de anunciar que, como resultado [da reunião], o presidente Erdogan concordou em enviar o Protocolo de Adesão da Suécia à Grande Assembleia Nacional o mais rápido possível e trabalhar em conjunto com a Assembleia para garantir a ratificação".
Com o aval turco, a Suécia será o 32º país a fazer parte do bloco militar liderado pelos Estados Unidos, criado no fim da Segunda Guerra Mundial para conter o avanço da influência soviética em direção ao Ocidente.
Caso seja ratificada, tal medida representará o ápice de uma virada histórica, além de uma derrota estratégica para o Kremlin. Isso porque, após dois séculos de não alinhamento militar, a Suécia — tal como a Finlândia — decidiu solicitar a integração na Aliança após o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Contudo, a aprovação de novos membros requer consenso geral, e Ancara vinha impondo restrições desde então. Parte da hesitação turca sobre a participação do país escandinavo na Otan partia de uma percepção de Ancara, dona no segundo maior Exército da Otan, de que os suecos não agem suficientemente para conter grupos terroristas curdos. Argumentam, por exemplo, que Estocolmo concedeu refúgio a extremistas e supostos participantes do golpe fracassado de 2016.
*Em atualização