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Tunísia: premiê quer que presidente possa prescindir do parlamento

Legislativo ainda é controlado pelos partidários do ex-presidente Ben Ali

O primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghanuchi, não quer retrocesso no país (Fethi Belaid/AFP)
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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2011 às 19h43.

Túnis - O primeiro-ministro tunisiano pediu nesta segunda-feira aos deputados que votem uma lei que permita ao presidente interino governar prescindindo do Parlamento, ainda controlado pelos partidários do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, que fugiu para a Arábia Saudita em 14 de janeiro.

"Este projeto de lei permitirá ao presidente interino (Fued Mebazaa) aprovar decretos e leis conforme à Constituição", afirmou Mohamed Ghanuchi aos deputados, reunidos pela primeira vez depois da partida de Ben Ali.

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"Há pessoas que querem voltar ao passado, mas temos que honrar nossos mártires que lutaram pela liberdade", enfatizou, pedindo aos 125 legisladores presentes (num total de 214) que adotem o texto sobre o qual se pronunciará na quarta-feira na câmara alta.

No domingo, o ministério do Interior da Tunísia anunciou a suspensão das atividades da Assembleia Constitucional Democrática (RCD), o partido do presidente deposto, e afirmou que prevê sua dissolução, após um fim de semana marcado pelo aumento da violência em várias províncias.

O ministro do Interior, Fahrat Rajhi, tomou estas medidas "antes de apresentar uma demanda oficial perante a justiça visando a dissolução" do partido, acrescenta o texto.

Esta decisão, pedida por muitos tunisianos desde a queda do presidente Zine El Abidine Ben Ali, no dia 14 de janeiro, é tomada em um contexto muito tenso.

O governo se vê confrontado com um aumento dos combates e da violência em várias regiões do país, quando acaba de reduzir o toque de recolher, em vigência desde 12 de janeiro.

As autoridades de transição enfrentam, por um lado, os protestos sociais e políticos, em particular contra as recentes nomeações de governadores, e, por outro, atos de violência que acredita que são realizados pelo RCD para tentar desestabilizar a transição.

Quatro pessoas morreram em confrontos de sábado, segundo fontes sindicais, e dois, de acordo com a polícia.

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