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Tunísia nomeia novo governo e dissolve polícia secreta

O primeiro-ministro Beji Caid Sebsi anunciou um novo gabinete de tecnocratas, nenhum dos quais havia participado do governo de Ben Ali

O primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghanuchi: novo governo instaurado (Fethi Belaid/AFP)

O primeiro-ministro da Tunísia, Mohamed Ghanuchi: novo governo instaurado (Fethi Belaid/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2011 às 19h30.

Túnis - As autoridades interinas da Tunísia nomearam um novo governo na segunda-feira dissolveram o temido aparato de segurança do Estado, famoso por abusos aos direitos humanos sob o governo de Zine al-Abidine Ben Ali.

Em um esforço para reforçar sua autoridade e ganhar legitimidade aos olhos dos manifestantes que forçaram Ben Ali a deixar o poder em 14 de janeiro, as autoridades interinas estão atacando, um a um, os vestígios remanescentes do seu governo de 23 anos.

O primeiro-ministro Beji Caid Sebsi anunciou um novo gabinete de tecnocratas, nenhum dos quais havia participado do governo de Ben Ali.

Ele disse em entrevista à imprensa que os ministros foram escolhidos para atuar em prol do interesse público durante uma delicada transição até que os tunisianos elejam uma assembleia nacional constituinte em 24 de julho.

"Esse é um governo temporário que terá um mandato de apenas quatro meses e meio", afirmou.

Logo após o anúncio do novo gabinete, um porta-voz do ministério do Interior afirmou que a polícia política e o aparato de segurança de Estado de Ben Ali tinham sido dissolvidos --uma demanda chave por trás do levante popular.

Os dois órgãos de segurança funcionavam como uma agência de espionagem doméstica com amplos poderes para sufocar oposição ao regime.

Seus agentes monitoravam políticos da oposição e jornalistas, podiam deter pessoas e eram acusados por grupos de direitos humanos de tortura.

Mais recentemente, muitos manifestantes disseram que agentes de segurança do Estado estavam se infiltrando nos protestos para provocar violência e uma reação ao levante.

"É um sonho que se torna realidade para todos", afirmou Ali Larayedh, um membro do movimento moderado islâmico Ennahda, que acabou de ser legalizado após ser banido do cenário político por vinte anos.

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