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Tucker Carlson, símbolo conservador nos EUA, deixará cargo de âncora na Fox News

Carlson era a personalidade mais conhecida entre os apresentadores da Fox e conduzia um popular programa noturno durante o horário nobre, atraindo um público muito leal entre os telespectadores de direita

Tucker Carlson: figura influente nos Estados Unidos deixou o cargo de âncora na Fox News  (Jason Koerner/Getty Images)

Tucker Carlson: figura influente nos Estados Unidos deixou o cargo de âncora na Fox News (Jason Koerner/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 24 de abril de 2023 às 17h43.

Última atualização em 24 de abril de 2023 às 18h01.

O âncora estrela da Fox News, Tucker Carlson, vai deixar a influente rede de televisão, anunciou o canal conservador nesta segunda-feira, 24, dias depois de chegar a um acordo judicial de US$ 787,5 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões) em um caso de difamação.

"A Fox News Media e Tucker Carlson concordaram em seguir caminhos separados. Agradecemos pelo serviço que ele prestou à rede como apresentador e antes como colaborador", disse a Fox News em comunicado.

Carlson era a personalidade mais conhecida entre os apresentadores da Fox e conduzia um popular programa noturno durante o horário nobre, atraindo um público muito leal entre os telespectadores de direita.

Figura-chave na política republicana, entrevistou diversas vezes o ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e foi amplamente criticado por seu estilo agressivo, suposta falta de rigor jornalístico e, para seus maiores críticos, por exibir uma retórica racista e cheia de ódio.

Carlson, de 53 anos, ainda não reagiu à declaração da Fox.

A rede, que faz parte do império midiático do magnata Rupert Murdoch, afirmou que seu programa "Tucker Carlson Tonight" da sexta-feira foi o último e que será substituído a partir de segunda-feira.

O favorito caído da Fox

Há uma semana, em 18 de abril, a Fox News assinou um acordo de US$ 787,5 milhões com a empresa de máquinas de apuração de votos Dominion Voting Systems, que havia processado a emissora por difamação.

A Dominion havia apresentado a ação alegando que no programa de Carlson foram feitas afirmações falsas de que suas máquinas foram usadas para roubar a eleição presidencial de 2020 de Trump contra o democrata Joe Biden.

O acordo garantiu que nem Murdoch nem apresentadores como Carlson precisariam testemunhar em um julgamento explosivo.

No entanto, várias comunicações internas da Fox News publicadas pela imprensa americana antes do julgamento sugeriram que altos executivos do canal estavam dispostos a espalhar mentiras sobre as eleições por medo de perder espectadores para seus concorrentes.

Nas comunicações vazadas, Carlson dizia que mal podia esperar para "ignorar Trump na maioria das noites" e acrescentava: "Eu o odeio fervorosamente".

A Fox News acusou a Dominion de "selecionar e tirar citações fora de contexto".

Naquela mesma tarde de 18 de abril, Carlson dedicou seu monólogo habitual aos democratas, que supostamente incitam os jovens à violência, antes de entrevistar o dono da Tesla e do Twitter, Elon Musk.

Inclusive, parecia relaxado e confiante durante seu último programa na sexta-feira. Sua repentina partida chocou Washington e Wall Street, e as ações da Fox News caíram quase 4 pontos percentuais.

Lançada em 1996 para competir com a rede de notícias CNN, a Fox News permanece solidamente em primeiro lugar de audiência entre os canais fechados.

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