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Trump vê impeachment como "marcha política suicida" da oposição

Mais de 216 membros da Câmara - a maioria simples necessária para que o processo que pode tirar Trump do poder continue - votaram a favor das duas acusações

Donald Trump: "O Partido Republicano nunca esteve tão confrontado, mas também tão unido como agora" (Alex Wong/Getty Images)
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EFE

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 06h43.

Última atualização em 19 de dezembro de 2019 às 06h49.

Washington  — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , afirmou que as duas acusações contra ele aprovadas nesta quarta-feira pela Câmara dos Representantes e que podem levar a um impeachment caso sejam ratificadas em julgamento no Senado representam uma "política suicida" e uma "eterna marca de vergonha" para os membros do Partido Democrata, opositor de seu governo.

Ao mesmo tempo em que a votação do impeachment acontecia na Câmara, Trump dava um comício na cidade de Battle Creek, no estado de Michigan, em ritmo de campanha para as eleições do ano que vem.

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"Este impeachment partidário sem lei é uma marcha política suicida para o Partido Democrata", disse.

"Através de suas ações depravadas de hoje, os loucos democratas de Nancy Pelosi na Câmara colocaram em si mesmos uma eterna marca de vergonha", acrescentou.

Dirigindo-se a uma grande concentração de simpatizantes, Trump reforçou o tom de campanha ao falar sobre o avanço do processo que pode tirá-lo do poder se for aprovado em julgamento no Senado que deve ocorrer em janeiro - porém, na câmara alta do Congresso, o Partido Republicano conta com maioria.

"Eles (democratas) não acreditam que (os eleitores) tenham direito de eleger seu próprio presidente (...). Acreditam que podem vetar seus votos", bradou.

Trump lembrou no discurso que todos os membros republicanos da Câmara se uniram contra o impeachment e que três democratas não seguiram a orientação do partido de origem ao rejeitarem as acusações.

"O Partido Republicano nunca esteve tão confrontado, mas também tão unido como agora", disse o presidente americano, que previu "uma grande vitória" no julgamento no Senado.

Mais de 216 membros da Câmara - a maioria simples necessária para que o processo que pode tirar Trump do poder continue - votaram a favor das duas acusações.

O processo que culminou na decisão de hoje começou em setembro, quando um denunciante revelou aos serviços de inteligência americanos o conteúdo de uma conversa telefônica entre Trump e o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski.

No diálogo, Trump pressiona Zelenski a abrir uma investigação por corrupção contra o ex-vice-presidente americano Joe Biden, pré-candidato às eleições de 2020 pelo Partido Democrata e potencial adversário do atual ocupante da Casa Branca, e seu filho, Hunter.

Essa postura do mandatário levou seis comitês da Câmara dos Representantes a realizarem uma investigação para determinar se era possível abrir um processo de impeachment contra o presidente. Testemunhas foram ouvidas em reuniões fechadas e também publicamente.

Na última segunda-feira, o Comitê de Justiça publicou os detalhes do caso em um documento de 658 páginas. Nele, o órgão conclui que Trump traiu o país em busca de benefícios pessoais, já que Joe Biden é um de seus adversários políticos.

Na primeira votação desta quarta, referente a abuso de poder, 230 representantes foram favoráveis a sua validação. Outros 197 votaram contra, entre eles dois membros do Partido Democrata, que tem a maioria na Câmara e se opõe a Trump.

Na segunda, sobre a obstrução, 229 votaram a favor, e 198 contra, incluindo três democratas. Assim como na questão a respeito do abuso de poder, todos os políticos da bancada do Partido Republicano votaram contra. Por outro lado, no Senado a legenda tem a maioria, e a tendência é de que impeça que Trump deixe o poder - para o impeachment ser aprovado, tem que ter o voto de dois terços da câmara alta do Congresso.

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