(Win McName/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 05h45.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h43.
O presidente americano Donald Trump está perto de completar um mês no cargo, mas 10 membros de seu gabinete ainda precisam ser aprovados pelo Senado. A aprovação só exige maioria simples e, num Senado com 52 republicanos ante 46 democratas, obtê-la deveria ser tarefa fácil. Mas não vem sendo assim. Após o escolhido para secretário do Trabalho, Andrew Puzder, renunciar antes mesmo da votação na Casa — por acreditar que não conseguiria votos suficientes —, a batalha desta sexta-feira será aprovar Scott Pruitt como chefe da EPA, a Agência de Proteção Ambiental.
Pruitt é procurador-geral de Oklahoma e foi senador pelo mesmo estado. O grupo da Associação dos Procuradores-Gerais Republicanos, que ele lidera, é acusado de ter recebido doações de petroleiras e já chegou a processar a própria EPA, que critica por impor regulações demais. Uma postura mais do que alinhada com Trump, que prometeu desfazer as ações ambientais do ex-presidente Barack Obama e desmantelar a EPA “de todas as formas”.
Para o senador Bernie Sanders, ex-pré-candidato democrata, Pruitt foi “o pior dos piores” entre as escolhas de Trump. Em um gabinete que o senador classifica como “o pior grupo de nomeações da história moderna”, ser chamado de o pior dos piores é um marco.
Dos 23 cargos que exigem um processo de confirmação no Senado, 13 já foram aprovados. Mas não sem polêmicas. Betsy DeVos, da secretaria de Educação, precisou que o vice-presidente Mike Pence fosse ao Senado desempatar a votação. Foi a primeira vez que o vice foi requisitado desde a publicação da Constituição, em 1789. Já Michael Flynn, assessor de Segurança Nacional, sobreviveu a sua sabatina mas renunciou após admitir ter dado “informações incompletas” ao vice Mike Pence sobre reuniões que teve com o embaixador russo em Washington.
É improvável que Scott Pruitt ou algum outro nomeado de Trump sejam de fato barrados. Somente 3 indicados foram rejeitados no século 20, e isso não acontece desde 1989. Mas os intensos debates mostram que, se Trump vai manter o tom polêmico da campanha, seus secretários não devem ser fonte de tranquilidade.