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Trump sai de férias e faz balanço positivo do ano, apesar de impeachment

O presidente destacou a boa situação econômica dos Estados Unidos e uma série de avanços, na esperança de esquecer o processo da Câmara contra ele

Donald Trump: presidente norte-americano sofre processo de impeachment pela Câmara dos Deputados (Yuri Gripas/Reuters)

Donald Trump: presidente norte-americano sofre processo de impeachment pela Câmara dos Deputados (Yuri Gripas/Reuters)

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AFP

Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 18h21.

Última atualização em 20 de dezembro de 2019 às 18h21.

O presidente Donald Trump, que entrou de férias de fim de ano nesta sexta-feira, destacou a boa situação econômica dos Estados Unidos e uma série de avanços, como a licença maternidade para funcionários, na esperança de esquecer o processo de impeachment aberto na Câmara dos Representantes.

Antes de partir para duas semanas de descanso em seu luxuoso clube na Flórida, o presidente decidiu assinar uma ampla lei orçamentária que inclui uma infinidade de medidas, desde políticas familiares a grandes orientações militares.

"Vou assinar hoje (sexta-feira) nossa lei de defesa de 738 bilhões de dólares", postou no presidente no Twitter, embora o texto tenha sido, como sempre, o resultado de um acordo entre legisladores republicanos e democratas.

A lei "incluirá 12 semanas de licença maternidade paga, um aumento salarial para nossos soldados, a criação da Força Espacial, o financiamento do muro na fronteira sul (...) e o aumento da idade legal para fumar para 21 anos", escreveu Trump.

A "Força Espacial" se tornará o sexto ramo das forças armadas dos Estados Unidos, ao lado do Exército, da Força Aérea, da Marinha, do Corpo de Fuzileiros Navais e da Guarda Costeira.

No entanto, até agora nenhum financiamento adicional foi acordado para ela, e o "Comando Espacial" proposto por Trump continua sendo apenas um projeto.

O orçamento prevê um aumento de 3,1% nos salários dos membros das forças armadas, o maior reajuste em mais de uma década.

E também estabelece sanções contra empresas que colaborarem com a construção do gasoduto russo Nord Stream 2, que, segundo Washington, serviria para fortalecer a presença de Moscou na Europa, mas que seus promotores consideram estratégico para o abastecimento do continente europeu.

"Algo incrível"

A menos de 11 meses para a próxima eleição presidencial, o republicano de 73 anos parece determinado a capitalizar os bons resultados econômicos de sua gestão.

O crescimento da economia foi confirmado nesta sexta-feira em 2,1% no terceiro trimestre, um ritmo sustentado e impulsionado pelo consumo privado.

O mercado de trabalho, por sua vez, surpreendeu os economistas por sua vitalidade, com a criação em novembro de 266 mil empregos e uma taxa de desemprego de apenas 3,5%, o nível mais baixo em meio século.

"O que alcançamos é algo incrível", insistiu o presidente durante um evento de campanha em Michigan na noite de quinta-feira, logo após a Câmara de Representantes o acusar de "abuso de poder" e de "impedir o Congresso" de investigar o pedido que fez à Ucrânia para abrir uma investigação contra o pré-candidato democrata à presidência Joe Biden.

"Quando estiver debatendo com um desses personagens (os pré-candidatos democratas) e tentarem dizer coisas negativas, responderei: 'Olhe onde estamos'", disse, lembrando a situação dos trabalhadores, os primeiros beneficiários de sua presidência, conforme afirmou.

Mas essas duas semanas sob o sol da Flórida provavelmente serão insuficientes para relativizar o fato de que ele se tornou o terceiro presidente da história dos Estados Unidos a ser submetido a um processo de impeachment.

O procedimento ainda não acabou. A data e a forma do julgamento sobre sua destituição são desconhecidas, embora o fato de ser conduzido pelo Senado, onde os republicanos são a maioria, garanta ao presidente, a princípio, uma absolvição.

Uma nova batalha política surgiu em torno das regras do julgamento, em particular sua duração e, acima de tudo, o número e a identidade das testemunhas que serão convocadas para depor perante o Congresso durante as audiências que podem ocorrer em janeiro.

"Estamos em um beco sem saída", disse Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, na noite de quinta-feira.

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