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Trump rejeita incluir solução para jovens imigrantes em orçamento

Essa decisão gerar uma batalha com os democratas e inclusive um fechamento do governo por falta de recursos

Revogação do programa DACA para imigrantes nos EUA (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

Revogação do programa DACA para imigrantes nos EUA (Jose Luis Gonzalez/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 07h14.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descartou nesta quinta-feira as chances de o Congresso americano incluir uma solução para os jovens imigrantes ilegais ("dreamers", ou "sonhadores") no próximo orçamento, uma postura que pode gerar uma batalha com os democratas e inclusive um fechamento do governo por falta de recursos.

Trump definiu essa postura com sete senadores republicanos durante uma reunião na Casa Branca, segundo asseguraram os congressistas ao saírem do encontro.

"O presidente deixou muito claro que não quer ver nenhum tipo de legislação sobre Daca como parte do pacote (orçamentário) de final de ano", afirmou aos jornalistas o senador David Perdue.

Em setembro, Trump anunciou o fim do programa executivo de Ação Diferida para Chegadas na Infância (Daca, em inglês), impulsionado em 2012 pelo ex-presidente Barack Obama e que permitiu proteger da deportação cerca de 800 mil jovens imigrantes ilegais que entraram no país quando crianças, conhecidos como "sonhadores".

Trump deu seis meses ao Congresso, até o dia 5 de março de 2018, para encontrar uma solução legislativa para a situação dos "sonhadores".

Mas a oposição democrata quer aprovar uma lei para proteger os "sonhadores" antes que o ano termine, e alguns senadores desse partido, como Kamala Harris e Ben Cardin, propuseram a ideia de incluir essa medida no plano de despesas que o Congresso deve aprovar em dezembro para manter o governo financiado.

Os democratas - que controlam quase a metade das cadeiras do Senado - usariam assim a ameaça de deixar o governo sem fundos, e provocar a sua paralisação temporária, para pressionar a maioria republicana e conseguir a aprovação de uma substituição para o Daca.

Trump não mencionou publicamente nesta quinta-feira as conversas sobre o orçamento e se limitou a dizer aos jornalistas que teve "uma importante reunião sobre Daca com alguns senadores" e que "muito em breve" haveria "coisas muito boas para dizer a respeito".

Os senadores que se reuniram com Trump insistiram que o presidente concorda com eles e que o tema do Daca não pode estar incluído na medida orçamentária "sob nenhuma circunstância", nas palavras do legislador Tom Cotton.

Se Trump e os líderes republicanos se mantiverem firmes nessa postura e os democratas insistirem em aprovar uma medida antes do fim do ano será mais complicado chegar a um acordo orçamentário antes de 8 de dezembro, quando expira a medida temporária que financia atualmente as atividades do governo.

O senador republicano Chuck Grassley, que hoje esteve na reunião com Trump, reconheceu na terça-feira em declarações ao site "Politico" que o seu partido tem de "negociar com os democratas" se quiser aprovar qualquer tipo de reforma migratória.

Trump quer que a legislação que substitua o Daca esteja acompanhada de medidas para reforçar a segurança na fronteira, limitar a concessão de vistos mediante um sistema de méritos e criar um sistema de pontos para obter a residência permanente.

Por causa do atentado de terça-feira em Nova York, o governante pediu também que o Congresso acabe com um programa de loteria de vistos para países que têm poucos imigrantes nos Estados Unidos e que permitiu a entrada do suspeito do ataque, o uzbeque Sayfullo Saipov.

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