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Trump quer ver as duas Coreias "juntas e em paz"

Os dois países, que tecnicamente ainda estão em guerra, realizam uma cúpula, que para o presidente dos EUA será "algo extraordinário"

Trump: o presidente, no entanto, alertou os líderes "se perceber que este encontro será improdutivo, não irei" (Kevin Lamarque/Reuters)
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AFP

Publicado em 19 de abril de 2018 às 06h39.

Última atualização em 19 de abril de 2018 às 06h52.

Palm Beach - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , disse nesta quarta-feira que espera que a Coreia do Norte e a Coreia do Sul - tecnicamente ainda em guerra - possam encontrar o caminho para uma paz duradoura na próxima série de encontros diplomáticos.

"Esperamos ver o dia em que toda a península da Coreia possa viver unida, com segurança, prosperidade e paz", declarou Trump em entrevista coletiva na Flórida, ao lado do premier japonês, Shinzo Abe.

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"Como já disse, um caminho promissor está aberto para a Coreia do Norte se ela realizar uma 'desnuclearização' completa, verificável e irreversível. Será um grande dia para eles e um grande dia para o mundo".

A cúpula prevista com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, será "algo extraordinário para a Coreia do Norte e para o mundo", avaliou Trump.

Mas o presidente fez uma advertência ao líder norte-coreano. "Se perceber que este encontro será improdutivo, não irei. Se for realizado e não der resultado, sairei respeitosamente".

Mais cedo nesta quarta-feira, o próprio Trump confirmou uma reunião secreta, em Pyongyang, entre o diretor da CIA, Mike Pompeo, e Kim Jong-Un, enquanto Seul anunciava a análise de caminhos para um possível tratado de paz com o Norte.

"A desnuclearização será uma grande coisa para o mundo, mas também para a Coreia do Norte!" - tuitou o presidente.

Uma proposta sul-coreana de abrir negociações para declarar oficialmente o fim da Guerra da Coreia (1950-53) é a mais recente de uma série de iniciativas que seriam impensáveis ​​há alguns meses.

A guerra terminou com um simples armistício, de modo que ambos os lados ainda estão tecnicamente em conflito. A zona desmilitarizada que divide a península é repleta de minas e fortificações.

Shinzo Abe, que está na residência de Trump em Mar-a-Lago (Flórida), avaliou que "a decisão do presidente sobre a primeira cúpula EUA-Coreia do Norte foi um giro histórico" nas relações internacionais.

"Os erros do passado não devem se repetir jamais e neste ponto Trump e eu estamos totalmente de acordo".

Apoio na questão dos japoneses sequestrados

Na mesma entrevista, Trump prometeu ajudar Abe na questão dos cidadãos japoneses sequestrados nas décadas de 1970 e 1980 pela Coreia do Norte para treinar espiões daquele país.

"Trabalharemos muito duro neste assunto e trabalharemos duro para tentar trazer estas pessoas de volta".

A questão dos sequestros é fonte de tensão entre Japão e Coreia do Norte, e Abe recorda frequentemente a situação.

Em 2002, a Coreia do Norte admitiu o sequestro de 13 civis japoneses nos anos 70, mas Tóquio afirma que este número é maior.

O governo japonês listou 17 sequestrados, mas há suspeitas de que dezenas de cidadãos foram levados para ensinar aos espiões de Pyongyang a cultura e o idioma japoneses.

Já Abe anunciou que Japão e Estados Unidos vão iniciar discussões sobre "acordos comerciais".

"Concordamos em começar as negociações em favor de acordos comerciais livres, equitativos e recíprocos", declarou na coletiva ao lado de Trump.

Mas os dois líderes não ocultaram que estão longe de um consenso. Enquanto o Japão quer que os americanos voltem ao Acordo Transpacífico de Livre Comércio (TPP), os Estados Unidos privilegiam um acordo bilateral.

"Eles estão interessados em um acordo bilateral (...). A postura de nosso país é de que o TPP é a melhor opção para ambos os países e sobre esta base que vamos discutir", disse o primeiro-ministro japonês.

"Não quero voltar ao TPP, mas farei isso se me oferecerem um acordo que eu não possa rejeitar em nome dos Estados Unidos", disse Donald Trump.

"Prefiro o bilateral. Acho que é o melhor para o nosso país. Acho que é melhor para nossos trabalhadores", acrescentou.

Trump afirmou que redução do déficit comercial americano é uma de suas prioridades e lançou várias ofensivas no comércio internacional.

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