Mundo

Trump pede arquivamento de processo envolvendo ex-atriz pornô com base em indulto de Biden ao filho

Defesa alegou que o mesmo Departamento de Estado que, segundo o presidente democrata, processou de forma injusta Hunter Biden, o fez com o republicano

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 08h20.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ao juiz do caso envolvendo a ex-atriz pornô Stormy Daniels o arquivamento do processo e a anulação do veredicto do júri,  que o declarou culpado de fraude fiscal, amparando-se nos argumentos que o presidente democrata Joe Biden apresentou para indultar seu filho, Hunter Biden.

No domingo, o presidente democrata ofereceu um indulto a seu filho, condenado em dois casos penais por evasão fiscal e posse ilegal de arma de fogo, alegando que Hunter "foi processado de forma seletiva e injusta" por ser filho do presidente.

Na moção para arquivar o caso enviada ao juiz Juan Merchan e divulgada nesta terça-feira, os advogados de Trump recuperam os argumentos utilizados por Biden.

"Esses comentários equivaliam a uma condenação extraordinária do próprio Departamento de Justiça (DoJ) do presidente Biden. Este é o mesmo DoJ que coordenou e supervisionou a caça às bruxas motivada politicamente, a interferência eleitoral dirigida contra o presidente Trump", assinalam os advogados em seu texto de 69 páginas dirigido ao magistrado da Suprema Corte do Estado de Nova York.

Além disso, a defesa invoca a doutrina da imunidade presidencial — ditada pela Suprema Corte que decidiu que os presidentes têm imunidade por seus atos oficiais — e a lei de transição presidencial, entre outras, para "desestimar imediatamente a acusação e anular os veredictos do júri", na única das numerosas frentes judiciais que conseguiu colocar Trump no banco dos réus.

Trump, de 78 anos, foi declarado culpado em maio de 34 acusações por "falsificação contábil agravada" pelo pagamento de US$ 130 mil (R$ 789 mil, na cotação atual), na reta final das eleições de 2016, à ex-atriz de filmes pornô Stormy Daniels para que mantivesse silêncio sobre uma suposta relação extraconjugal que teriam mantido dez anos antes, e que o magnata sempre negou.

A promotoria argumentava que tal pagamento pretendia encobrir um eventual escândalo que prejudicaria sua campanha presidencial de 2016, na qual venceu a democrata Hillary Clinton.

Diante da situação inédita gerada por sua eleição em 5 de novembro, o juiz Merchan adiou no dia 22 de novembro, de maneira indefinida, a sentença contra o magnata e aceitou que a defesa apresentasse um recurso antes de 2 de dezembro para arquivar o caso.

Agora o juiz terá que decidir se anula todo o processo ou só suspende qualquer decisão sobre a condenação até que termine o mandato do republicano, que retorna à Casa Branca em 20 de janeiro, como sugeriu o promotor Alvin Bragg diante das "circunstâncias sem precedentes" provocada por sua vitória eleitoral.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Donald Trump

Mais de Mundo

Ministro da Defesa da Coreia do Sul apresenta demissão após aplicação da lei marcial

Quem assume o poder se o presidente da Coreia do Sul for forçado a sair? Entenda

Maior grupo sindical da Coreia do Sul promete greve “até que Yoon renuncie”

Oposição da Coreia do Sul apresenta moção de censura para destituir o presidente