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Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Conhecido por seu ceticismo em relação às recomendações de saúde convencionais, a indicação pode não ser confirmada pelo Senado

Robert Kennedy Jr.: nomeação para Departamento de Saúde dos EUA gera controvérsia no Senado (AFP)

Robert Kennedy Jr.: nomeação para Departamento de Saúde dos EUA gera controvérsia no Senado (AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 14 de novembro de 2024 às 20h56.

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O presidente eleito Donald Trump anunciou que nomeará Robert Kennedy Jr. para liderar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. A indicação provoca um debate intenso sobre a possibilidade de confirmação no Senado, uma vez que Kennedy é conhecido por seu ceticismo em relação às vacinas e por visões consideradas pouco ortodoxas por autoridades de saúde pública.

A nomeação de Kennedy Jr. não surpreende, dada a promessa de Trump, feita em seu discurso de vitória, de realizar mudanças significativas na área da saúde. Em suas palavras, Kennedy vai "ajudar a tornar a América saudável novamente... Ele é um grande cara e realmente quer fazer algumas coisas, e vamos deixá-lo fazer isso".

Kennedy, que desistiu de sua própria candidatura presidencial para apoiar Trump, é conhecido por promover teorias de conspiração sobre vacinas, incluindo a desmentida teoria de que causam autismo. Além disso, ele contradisse recomendações do CDC, como a fluoretação da água, e defendeu o uso de hidroxicloroquina como tratamento para a Covid-19, medicamento que perdeu a autorização emergencial do FDA por falta de eficácia.

Propostas controversas

Entre suas propostas mais polêmicas, Kennedy Jr. defende uma "pausa" de oito anos no financiamento de pesquisas sobre doenças infecciosas, redirecionando recursos para doenças crônicas como câncer e problemas cardíacos, conforme relatado pela revista Science. Especialistas em saúde pública, como Richard Besser, CEO da Robert W. Johnson Foundation e ex-diretor do CDC, expressaram preocupação, afirmando que sua nomeação "representaria riscos incríveis para a saúde da nação".

“Robert F. Kennedy é parte do problema e não pode ser parte da solução”, declarou Besser ao New York Times.

Obstáculos no Senado

A aprovação da indicação de Kennedy pelo Senado é uma questão em aberto, apesar da maioria republicana. Suas visões polêmicas sobre saúde e episódios controversos, como o suposto descarte de um urso morto no Central Park, causam hesitação em senadores mais moderados, como Susan Collins, republicana do Maine.

"Eu acho algumas de suas declarações alarmantes, mas nunca me encontrei com ele, nunca sentei com ele ou ouvi ele falar por muito tempo", disse Collins, cujo voto seria crucial para a confirmação. Em contrapartida, republicanos alinhados a Trump demonstram entusiasmo: “Cem por cento”, declarou o senador Tommy Tuberville, do Alabama, apoiador da nomeação, destacando que Kennedy “tem a mente aberta”.

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