Mundo

Trump: 'Não vamos continuar perdendo US$ 1 tri pelo privilégio de comprar lápis da China'

Presidente diz que não tem interesse em negociar com outros países sobre as novas tarifas, a menos que eles estejam dispostos a resolver o “problema do déficit”

Tarifas retaliatórias: Trump diz que só negocia com China e UE se abrirem mercado para produtos dos EUA (MANDEL NGAN/AFP)

Tarifas retaliatórias: Trump diz que só negocia com China e UE se abrirem mercado para produtos dos EUA (MANDEL NGAN/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 7 de abril de 2025 às 09h30.

Tudo sobreDonald Trump
Saiba mais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender neste domingo, 6, a aplicação de tarifas retaliatórias contra a China e parceiros comerciais, afirmando que os EUA não continuarão “perdendo US$ 1 trilhão pelo privilégio de comprar lápis da China”.

Trump disse que não está disposto a negociar as novas taxas impostas por sua política tarifária, a menos que os países afetados aceitem discutir a redução do déficit comercial americano, principalmente por meio da abertura de mercados a produtos dos EUA. As declarações foram feitas a jornalistas a bordo do Air Force One, e divulgadas pelo canal NewsNation.

“Precisamos resolver nosso déficit comercial com a China. Perdemos centenas de bilhões de dólares por ano com eles. E, a menos que resolvamos isso, não vou fechar um acordo”, afirmou. “Agora, estou disposto a negociar, mas eles precisam resolver o superávit que têm conosco.”

Impacto global nos mercados

As falas de Trump e a escalada tarifária entre EUA e China provocaram uma nova rodada de quedas acentuadas nas bolsas internacionais nesta segunda-feira, 7, com temores crescentes de uma recessão global.

Na Ásia, os índices fecharam em forte queda: Tóquio despencou 7,8%, Seul recuou 5,6% e Sydney, 4,2%. O destaque negativo foi Hong Kong, com queda de 13,22%, o pior desempenho desde a crise financeira asiática de 1997. Xangai caiu 7,34%, na primeira sessão após o feriado local de sexta-feira.

Na Europa, os mercados seguiram a mesma tendência. O índice de Frankfurt cedia 7,86%, com perdas pontuais superiores a 10% durante a abertura. Paris caiu 6,19%; Londres, 5,83%; Madri, 3,6%; e Milão, 2,32%.

Tarifas e retaliação

Pelas novas taxas anunciadas pela Casa Branca em 2 de abril, a China passou a ter produtos sobretaxados em 34% nos EUA. Pequim reagiu com medidas simétricas, também impondo tarifas de 34% sobre produtos americanos.

Além disso, o governo de Xi Jinping anunciou que está preparado para agir em defesa da economia chinesa. Entre as opções estão cortes nos custos de empréstimos e redução de exigências de reservas bancárias, como forma de estímulo.

“Eles têm que pagar tarifas, porque, do contrário, esse superávit que eles têm conosco é insustentável. E estamos falando de um trilhão de dólares. Não vamos continuar perdendo um trilhão de dólares pelo privilégio de comprar lápis da China”, disse Trump.

Ao citar também a União Europeia e outros parceiros, o presidente dos EUA reforçou a condição para diálogo: “Eles vão ter que resolver isso. E, se quiserem conversar sobre isso, estou aberto a dialogar. Mas, fora isso, por que eu conversaria?”

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpTarifasChina

Mais de Mundo

Ladrões usam furadeira e roubam 30 milhões de euros em banco da Alemanha

Israel vai suspender mais de 20 organizações humanitárias em Gaza

Aeroportos brasileiros são os que mais movimentam aeronaves na América Latina

Cazaquistão aprova lei que restringe propaganda LGBT no país