Trump leva campanha contra o Irã ao Conselho de Segurança da ONU
Na terça-feira, o presidente americano disse que os líderes iranianos semeiam "caos, morte e destruição"
AFP
Publicado em 26 de setembro de 2018 às 06h28.
O presidente dos Estados Unidos , Donald Trump , comparecerá nesta quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU decidido a buscar aliados para isolar o Irã , sob o risco de expor seu próprio isolamento.
No dia em que a ONU celebra o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, Trump vai presidir a partir das 10H00 (11H00 de Brasília) a reunião do principal organismo das Nações Unidas sobre ameaças à segurança. O objetivo? Falas sobre a não proliferação nuclear.
A presença de Trump na sala formal do Conselho de Segurança, presidido neste mês pelos Estados Unidos, pode render algumas surpresas pela tendência do americano de evitar o protocolo e mudar procedimentos.
Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU na terça-feira, Trump atacou os líderes iranianos, que foram acusados de semear "caos, morte e destruição". Ele pediu à comunidade internacional que isole Teerã.
Também na Assembleia Geral da ONU, o presidente iraniano Hassan Rohani denunciou os líderes que apresentam "tendências xenófobas semelhantes a uma disposição nazista" e criticou a reunião do Conselho de Segurança como um "ato absurdo".
O encontro deixará evidente a divergência entre Washington e seus aliados europeus sobre o acordo nuclear com o Irã, que Trump abandonou de modo unilateral em maio depois de chamar o mesmo de nefasto.
O governo dos Estados Unidos anunciou a retomada das sanções, que foram suspensas após o acordo histórico, com o objetivo de impedir o programa nuclear do Irã, e prometeu punir as empresas estrangeiras que estabeleçam negócios com o Irã.
França, Reino Unido, Alemanha, China e Rússia, os outros signatários do pacto de 2015, que tem por objetivo impedir que o Irã obtenha a bomba atômica, decidiram na segunda-feira, à margem da Assembleia Geral, instaurar um mecanismo de pagamento para poder seguir fazendo negócios com o Irã, apesar das sanções americanas.