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Trump expulsará 250 mil salvadorenhos dos EUA, diz jornal

Governo americano deve anunciar o cancelamento ou a prorrogação do Status de Proteção Temporária dessa comunidade em uma coletiva de imprensa

Donald Trump: sem o programa de imigração, os salvadorenhos terão que voltar a El Salvador ou viver nos EUA de forma ilegal (Jim Lo Scalzo/Reuters)

Donald Trump: sem o programa de imigração, os salvadorenhos terão que voltar a El Salvador ou viver nos EUA de forma ilegal (Jim Lo Scalzo/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 14h26.

Washington - Os Estados Unidos não devem renovar o Status de Proteção Temporária (TPS) para mais de 250 mil salvadorenhos beneficiados por este programa, segundo antecipou nesta segunda-feira o jornal "The Washington Post".

Está previsto que o Departamento de Segurança Nacional (DHS) anuncie hoje o cancelamento ou a prorrogação do TPS em uma coletiva de imprensa, uma decisão que afetará no total de 263.282 salvadorenhos.

Sem o programa, estes salvadorenhos terão que voltar a El Salvador - a maioria após cerca de 20 anos nos EUA - ou se arriscar a continuar a viver no país, porém de forma ilegal.

Segundo o jornal, o prazo que o Governo de Donald Trump pretende dar aos salvadorenhos acolhidos no TPS para deixar os EUA ou para buscar outra maneira de obter a residência legal é setembro de 2019.

O Governo de El Salvador, a comunidade salvadorenha nos Estados Unidos e ativistas pró-imigração batalharam sem descanso nos últimos meses para a manutenção do TPS ou pelo menos para sua prorrogação por seis meses, como o Governo fez com o programa para os hondurenhos.

No entanto, o Executivo de Trump, segundo o jornal, decidiu aplicar sua marcada linha dura migratória e encerrar o programa para os salvadorenhos, após ter feito o mesmo com o benefício para os nicaraguenses e os haitianos.

No total, 263.282 salvadorenhos eram beneficiários do TPS até o final de 2016, segundo dados facilitados à Agência Efe pelo Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS).

Os EUA decidiram conceder esta proteção aos salvadorenhos que estavam no país em fevereiro de 2001 após os devastadores furacões, mas a medida deu proteção migratória a outros cidadãos que tinham chegado décadas antes (nas décadas de 80 e 90) fugindo da guerra civil e de suas consequências.

Sob a Presidência do republicano George H. W. Bush (1989-1993), o Congresso dos EUA estabeleceu um procedimento que permite ao Governo outorgar, de maneira extraordinária, uma permissão temporária de residência e trabalho aos cidadãos de países afetados por conflitos bélicos, epidemias e desastres naturais: o TPS.

Essa permissão não abre nenhuma via para a residência permanente e nem para nenhum outro status de regulamento migratório, por isso que se o Governo dos Estados Unidos decidir não prorrogá-lo, os beneficiários têm que retornar ao seu país de origem ou viver como ilegais.

O argumento dos defensores de manter o TPS 17 anos após os terremotos pelos quais foi outorgado é que as condições em El Salvador, com grande pobreza e criminalidade, não melhoraram para que seus emigrantes nos Estados Unidos retornem.

Mas além disso, lembram que mais de 51% dos salvadorenhos com o TPS viveram nos Estados Unidos durante pelo menos 20 anos, segundo o Centro para os Estudos sobre a Migração.

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