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Trump em nova polêmica por querer desfile militar

A Casa Branca e o Departamento de Defesa confirmaram que já começaram a planejar o evento, embora ainda não tenha fixado uma data

Trump: "Quero um desfile como o da França" (Yuri Gripas/Reuters)

Trump: "Quero um desfile como o da França" (Yuri Gripas/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 21h32.

O presidente americano, Donald Trump, protagonizou nesta quarta-feira uma nova polêmica com sua intenção de celebrar um grande desfile militar, uma ideia recebida com pouco entusiasmo pelos republicanos e criticada pelos democratas.

A Casa Branca e o Departamento de Defesa confirmaram que já começaram a planejar o evento, embora ainda não tenha fixado uma data.

O jornal The Washington Post, que vazou a informação na noite de terça-feira, afirmou que "a ordem foi direta". "Quero um desfile como o da França", pediu mandatário.

Trump ficou fascinado no ano passado quando, convidado por seu homólogo Emmanuel Macron, presenciou a parada militar de 14 de julho no marco das celebrações da festa nacional francesa.

Do palanque na Champs Elysées de Paris, não ocultou sua admiração pelo pomposo desfile de tropas e aviões da Força Aérea sobrevoando a multidão.

Meses mais tarde, Trump sugeriu a possibilidade de celebrar algo similar no dia 4 de julho -dia em que os Estados Unidos comemoram sua independência- na Avenida Pensilvânia, onde fica a Casa Branca, para demonstrar o "poderio militar" do país.

Sua iniciativa recebeu nesta quarta-feira um fraco apoio, inclusive entre os legisladores de seu partido.

O senador conservador Lindsey Graham disse que uma parada "faz sentido", embora tenha manifestado suas reservas. "Não estou pensando em um desfile com exibição de armas ao estilo soviético. Não somos isso".

Apenas apoiaria um desfile "em que se pudesse exibir nossos melhores homens e mulheres e dizer a eles 'obrigado'".

Por sua vez, o republicano Jim Jordan afirmou que o Congresso americano "manterá esse debate".

O último desfile militar na capital americana ocorreu em 1991, depois da Primeira Guerra do Golfo, durante o qual foram exibidos mísseis e tanques.

O legislador democrata Keith Ellison, que não poupou críticas, descreveu Trump no Twitter como "nosso Exaltado Líder" e afirmou que a ideia é "idiota e autoritária".

Para a legisladora Jackie Speier, "se está gerando um Napoleão" na presidência.

Embora a Casa Branca tenha confirmado o pedido de Trump, sua porta-voz Sarah Sanders especificou que a ideia está "em discussão" e as opções estão sendo exploradas.

O secretário de Defesa, Jim Mattis, foi um pouco mais além.

"Acho que todos somos conscientes neste país do afeto e do respeito do presidente pelas Forças Armadas (...) Hemos reunido algumas opções. As enviaremos à Casa Branca para que tomem uma decisão", esclareceu.

Como comandante-chefe das Forças Armadas americanas, Trump pode ordenar ao Pentágono que organize um desfile, sem que haja necessidade de debater a questão.

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