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Trump retoma o tom de campanha para tentar abafar escândalos

Hoje ele realiza um comício na cidade de Huntington, na Vírginia Ocidental, que deve reunir seus apoiadores em uma tradicional oratória trumpiana

Donald Trump: hoje o presidente sai em comício, mas cada vez fica mais difícil explicar para os seus apoiadores as presepadas da Casa Branca (Jim Lo Scalzo/Reuters)
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EXAME Hoje

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 06h27.

Última atualização em 3 de agosto de 2017 às 06h53.

Apesar de estar há seis meses na Casa Branca, Donald Trump retomou o tom de campanha para tentar enterrar os sucessivos escândalos de seu governo. Hoje ele realiza um comício na cidade de Huntington, na Vírginia Ocidental, que deve reunir seus apoiadores em uma tradicional oratória trumpiana. Na semana passada ele já esteve no estado para a reunião dos Garotos Escoteiros da América. Naquela ocasião, o que deveria ser um discurso simpático e bem-humorado do presidente, que por tradição também é o presidente honorário do grupo, virou uma conversa proselitista e cheia de chavões políticos. Resultado: os escoteiros emitiram uma nota pedindo desculpas pela fala de Trump no evento.

De lá pra cá, a coisa só piorou em Washington. Na segunda-feira, o governo demitiu o polêmico diretor de Comunicação, Anthony Scaramucci, que durou apenas 10 dias no cargo, o suficiente para causar a demissão de Sean Spicer, o antigo secretário de Imprensa, e de Reince Priebus, então chefe de Gabinete. Scaramucci foi também pivô de uma polêmica entrevista onde anunciava as demissões e promovia a caça aos informantes da imprensa. Em sua conta no Twitter, logo após a saída de Scaramucci, o presidente afirmou que “não há caos na Casa Branca!”

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Os fatos têm mostrado o contrário. Ontem o presidente Trump assinou uma legislação vinda do Congresso que impôs severas sanções à Rússia pela interferência nas eleições do ano passado. Foi a primeira vez que o Congresso forçou a caneta presidencial, aprovando a lei com maioria vasta nos dois partidos e nas duas casas. Antes mesmo da aprovação presidencial, a Rússia já havia retaliado, confiscando duas propriedades diplomáticas americanas, além de ordenar a redução do efetivo no serviço de embaixada dos Estados Unidos em 755 pessoas.

O presidente acusou o legislativo de interferir no seu processo de tomada de decisão na política externa. O caso aumentou o processo de tensão entre o Congresso e o presidente, que, em uma cena rara, não chamou nem avisou à imprensa para cobrir a assinatura da lei.

Também ontem, Trump voltou a levantar polêmicas por seu apoio a uma proposta que cortaria a imigração legal para os Estados Unidos pela metade, restrita a pessoas qualificadas, cortando a capacidade de cidadãos vindos de outros países trazerem suas famílias. Encurralado, Trump tenta ser cada vez mais Trump, encampando ações populistas e falando para suas bases eleitorais.

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