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Trump e May: amizade atlântica?

Acostumado a desferir ataques e impropérios, o presidente americano, Donald Trump, tem falado manso com a primeira ministra britânica Theresa May. “Espero que tenhamos um bom relacionamento, como Ronald Reagan e Margaret Thatcher tiveram”, disse Trump em novembro em uma ligação à premiê. Hoje, May é a primeira líder internacional a se encontrar com Trump. Os […]

THERESA MAY NOS ESTADOS UNIDOS: Trump ofereceu um acordo comercial para a britânica / Christopher Furlong/Getty Images

THERESA MAY NOS ESTADOS UNIDOS: Trump ofereceu um acordo comercial para a britânica / Christopher Furlong/Getty Images

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 05h29.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h05.

Acostumado a desferir ataques e impropérios, o presidente americano, Donald Trump, tem falado manso com a primeira ministra britânica Theresa May. “Espero que tenhamos um bom relacionamento, como Ronald Reagan e Margaret Thatcher tiveram”, disse Trump em novembro em uma ligação à premiê. Hoje, May é a primeira líder internacional a se encontrar com Trump. Os dois devem discutir um acordo comercial bilateral, que permita a troca de bens, serviços e pessoas entre os dois países.

A conversa é importante para May, que na iminência de sair da União Europeia, graças ao Brexit, busca novas parcerias. Caso firme um tratado de cortar taxas de comércio entre os dois países, ou mesmo diminuí-las, ela pode barganhar melhor com o restante do bloco europeu.

Trump já se declarou o “Senhor Brexit”, já afirmou que acordos multilaterais são piores do que acordos bilaterais e diz que fará, ele próprio, acordos decentes para o país. Há duas semanas, ele ofereceu um acordo comercial entre os dois países. “Faremos um acordo rápido e fácil, para que o Reino Unido possa fazer do Brexit um grande sucesso”.

Seria uma forma também de Trump mostrar que não é totalmente avesso ao comércio – uma opção que seria trágica para a economia americana segundo dez entre dez analistas econômicos. Trump já anulou a participação americana no Tratado Trans-Pacífico no início da semana, ameaçar o Nafta (mercado comum da América do Norte) e se embrenha em confusões sobre a construção do muro com o presidente mexicano Enrique Peña Nieto.

Há cerca de 230.000 americanos entre 16 e 64 anos vivendo no Reino Unido. Os britânicos são estimados em 700.000 na América. O intuito é aumentar esses números, com um tratado que “beneficie ambos os países”. Trump, claro, não quer fugir de sua política America first.

A primeira ministra Margaret Thatcher foi, de fato, uma presença bem-quista na gestão do republicano Ronald Reagan, participando do primeiro e do último jantar de Estado do presidente, como convidada de honra. A relação dos dois era baseada em respeito e confiança, apesar do Oceano de distância. Saberemos hoje se May e Trump terão a mesma relação – e se é possível esse tipo de relação com o falastrão que se mudou para a Casa Branca. 

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