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Trump e Hillary vivem dia decisivo para as eleições

O polêmico multimilionário Trump exibe uma vantagem avassaladora sobre todos os seus adversários dentro do partido Republicano


	Hillary Clinton: no caso de Trump, seu favoritismo claramente chega acompanhado de uma crise sem precedentes para o partido Republicano, fundado em 1854
 (Mandel Ngan/AFP)

Hillary Clinton: no caso de Trump, seu favoritismo claramente chega acompanhado de uma crise sem precedentes para o partido Republicano, fundado em 1854 (Mandel Ngan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2016 às 10h31.

O republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton enfrentam um dia decisivo, a "Super Terça", que poderá deixar ambos mais próximos de uma vitória consagradora na disputa interna antes das eleições presidenciais de novembro.

Nada menos que 12 estados realizarão primárias partidárias, em um dia no qual serão escolhidos 19% dos delegados internos pelo partido Democrata e 24% dos delegados republicanos, sendo que neste último caso a porcentagem representa quase a metade do número de delegados suficientes para ganhar a disputa interna.

O polêmico multimilionário Trump exibe uma vantagem avassaladora sobre todos os seus adversários dentro do partido Republicano: de acordo com uma pesquisa realizada pela CNN/ORC Survey, tem aproximadamente 49% das intenções de voto, mais que todos os outros aspirantes somados.

Empresário sem qualquer experiência política, Trump é publicamente ignorado pela direção do partido Republicano, mas uma vitória consagradora nesta terça-feira o colocará em um caminho praticamente sem volta e deixará o centenário partido sem outra alternativa a não ser abraçar sua candidatura.

Enquanto isso, Hillary tem a seu favor toda a máquina do partido Democrata e, desta forma, é a grande favorita para conseguir nesta terça-feira uma vantagem confortável sobre o senador Bernie Sanders, um socialista democrático que defende uma nova etapa na política americana sem a influência do dinheiro e das grandes corporações.

Cenário desolados

No caso de Trump, seu favoritismo claramente chega acompanhado de uma crise sem precedentes para o partido Republicano, fundado em 1854.

Assim como Trump, o terceiro aspirante na disputa, o senador Ted Cruz, também é detestado pela direção do partido, mas a alternativa viável, o senador Marco Rubio, parece incapaz de reduzir a distância que o separa do líder multimilionário.

Neste panorama, Rubio e Cruz passaram a usar as mesmas armas de Trump, e a campanha se transformou em um verdadeiro festival bizarro de insultos, golpes baixos e discursos com menções a cuecas sujas, críticas à quantidade de suor ou até alusões à confiabilidade de homens com mãos pequenas.

Fiel ao seu estilo, na segunda-feira Trump simplesmente ignorou a indignação generalizada por sua negativa em rejeitar o apoio da Ku Klux Klan e seu líder, David Duke, a sua candidatura ("ainda não sei nada sobre ele", disse), e, por sua vez, criticou em um discurso o "tom patético" utilizado por Hillary em seus discursos.

Na segunda-feira, em um ato público, Trump ridicularizou Rubio pela forma como transpirava no último debate, e afirmou que "não podemos ter este tipo de gente negociando com os chineses ou com (o líder russo Vladimir) Putin".

À medida que mais e mais pesos pesados republicanos manifestam seu apoio a Rubio ou a Cruz, mais Trump sobe na disputa interna, uma situação que deixa o partido diante da necessidade de se questionar em que momento será necessário aceitar sua candidatura e se alinhar ao seu favor.

Quadro menos turbulento

Entre os democratas, a situação parece menos turbulenta, em especial após a vitória esmagadora de Hillary sobre Sanders na interna partidária da Carolina do Sul.

A ex-secretária de Estado havia iniciado a campanha como uma favorita intocável, mas os dois primeiros capítulos da disputa interna (em Iowa e New Hampshire) deixaram claro que esta vantagem poderia desaparecer de uma hora para outra.

Uma forte campanha de críticas a Sanders nas últimas duas semanas pareceu devolver a Hillary a liderança e a autoconfiança antes de um dia fundamental, como será esta terça-feira.

Em um ato público realizado no domingo, Hillary inclusive pareceu deixar para trás a fase de críticas a Sanders para se concentrar no futuro e em uma disputa eleitoral com Trump.

"Não acredito que os Estados Unidos tenham deixado de ser grandes. Penso que devemos devolver aos Estados Unidos sua unidade", disse Hillary, em uma referência direta ao lema de campanha de Trump, "Devolver aos Estados Unidos sua grandeza".

A pesquisa da CNN/ORC apontou que Hillary tem nacionalmente uma vantagem de 55% a 38% sobre Sanders, embora a média de todas as pesquisas nesta conjuntura sugira uma vantagem de 47% a 42%, de acordo com o site especializado RealPolitics.

"Preciso que votem amanhã, e que tragam amigos e familiares para votar", pediu Hillary na segunda-feira aos seus seguidores.

Sanders admitiu ter sido esmagado na Carolina do Sul, onde 86% dos eleitores democratas negros optaram por Hillary, e sua equipe de campanha concentrou suas expectativas em estados como Massachusetts, Minnesota, Oklahoma e Colorado, assim como Vermont, estado que o senador representa.

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