Trump e a guinada conservadora
Afinal, com quem ele vai? Com a aproximação da Convenção do Partido Republicano, marcada para a próxima segunda-feira, o candidato Donald Trump deve anunciar o vice de sua chapa entre hoje e amanhã. Ao longo das últimas semanas, analistas especularam todo tipo de perfil capaz de atenuar a imagem explosiva do candidato, como um negro, uma […]
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2016 às 20h02.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h49.
Afinal, com quem ele vai? Com a aproximação da Convenção do Partido Republicano, marcada para a próxima segunda-feira, o candidato Donald Trump deve anunciar o vice de sua chapa entre hoje e amanhã. Ao longo das últimas semanas, analistas especularam todo tipo de perfil capaz de atenuar a imagem explosiva do candidato, como um negro, uma mulher, um latino. Não parece ser o caso.
A lista final de Trump tem, basicamente, os velhos republicanos de sempre. Dentre as opções mais prováveis estão Mark Pence, governador de Indiana (um estado importante na corrida). Contrário ao aborto e reticente aos direitos homossexuais, Pence é bastante popular entre os evangélicos. Os outros possíveis indicados são Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara, tão polêmico e arrogante quanto Trump; e Jeff Sessions, senador do Alabama, um ferrenho militante anti-imigração.
O rol de opções, bem como a plataforma de campanha que está sendo montada, mostram que os republicanos devem ir à luta com uma pauta mais conservadora que o próprio Trump. Os republicanos devem vetar, por exemplo, temas como mais direitos civis para homossexuais, uma minoria nunca criticada pelo candidato. As propostas em discussão vão desde o incentivo ao ensino religioso nas escolas até a extinção da pornografia, uma “mazela social”.
A aprovação do partido já é menor do que a de Trump — apenas 31% dos americanos o veem de forma positiva. Na identificação partidária, apenas uma em cada quatro pessoas se identificam com os republicanos. A maior dificuldade está em conquistar os eleitores mais jovens, que nos últimos meses apoiaram em peso, por exemplo, o democrata Bernie Sanders. Com os vices cogitados, o partido deve pregar para os convertidos. Não faz muito sentido, mas nada fez muito sentido na campanha de Trump até aqui.