Trump diz que líder norte-coreano é um 'jovem astuto'
Trump disse que "não tem ideia" se Kim está são ou não, mas disse que o dirigente enfrentou formidáveis desafios ao assumir o poder aos 27 anos
AFP
Publicado em 30 de abril de 2017 às 14h46.
O líder norte-coreano, Kim Jong-Un , é um "jovem astuto" por ter conseguido se impor no poder apesar de sua juventude e competindo com figuras de alto nível em seu país, considerou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma entrevista publicada neste domingo.
As declarações quase de admiração de Trump foram feitas em meio às crescentes tensões com a Coreia do Norte por seus programas de mísseis e nuclear, e enquanto Washington tenta fazer com que a China ajude a conter Kim.
Trump disse que "não tem ideia" se Kim está são ou não, mas assinalou que o dirigente norte-coreano enfrentou formidáveis desafios ao assumir o poder aos 27 anos, depois que seu pai morreu em 2011.
"Obviamente se relaciona com pessoas muito rígidas, em particular com generais e outros. E tão jovem foi capaz de assumir o poder", disse Trump em uma entrevista à emissora CBS.
"Muita gente, tenho certeza, tentou tirá-lo do poder, seu tio ou alguém mais. E ele foi capaz de se manter".
"Assim, obviamente ele é bastante astuto", disse Trump.
"Mas temos uma situação que simplesmente não podemos deixar - não podemos deixar que continue o que tem acontecido por um longo período de tempo", acrescentou o presidente americano.
A Coreia do Norte realizou no sábado outro teste de míssil, ação que tem despertado o temor dos Estados Unidos de que o regime de Kim Jong-Un possa desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar o território americano com uma ogiva nuclear.
A Coreia do Sul declarou que o último teste falhou. Trump se negou a comentar se os Estados Unidos têm algo a ver com o teste que não deu certo.
"Isto é um jogo de xadrez. Não quero que saibam o que eu penso. Assim, eventualmente ele terá um sistema de lançamento melhor e, se isso acontecer... nós não podemos permitir que isso aconteça".
Horas antes do teste da Coreia do Norte, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, alertou sobre as "consequências catastróficas" no caso de a comunidade internacional não agir mais energicamente para sancionar Pyongyang.
Os Estados Unidos mobilizaram um grupo de ataque naval para a área liderado pelo porta-aviões USS Carl Vinson, que no sábado começou, junto com a Marinha sul-coreana, a realizar treinamentos para rastrear e interceptar mísseis balísticos inimigos.
Neste domingo, os dois aliados concluíram um enorme exercício militar anual chamado de "Foal Eagle", que envolveu cerca de 20 mil soldados sul-coreanos e 10 mil soldados americanos.