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Trump ordena novas sanções ao Irã após ataque à Arábia Saudita

O anuncio foi feito dias após o ataque a refinarias sauditas, que algumas autoridades dos EUA atribuíram ao Irã

Sanções: o presidente Trump não deu detalhes sobre as novas sanções ao Irã (Montagem/Exame)

Sanções: o presidente Trump não deu detalhes sobre as novas sanções ao Irã (Montagem/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 10h31.

Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 15h55.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou nesta quarta-feira, 18, uma nova rodada de sanções contra o Irã, como parte da resposta aos ataques ao maior centro de refinamento de petróleo do mundo e a um campo de petróleo na Arábia Saudita, no sábado. "Eu acabo de instruir o Secretário do Tesouro a aumentar substancialmente as Sanções contra o Irã", escreveu, Trump, por meio de sua conta no Twitter.

O anúncio foi feito momentos antes da visita do Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ao príncipe herdeiro do trono da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman.

Durante a visita de Pompeo a Riaad, os sauditas devem anunciar o resultado da análise dos destroços das armas que atingiram o campo de petróleo de Abqaiq.

Os sauditas já informaram "ter fortes indícios" de que as armas usadas eram iranianas, mas ainda não mostrou evidências. Segundo a CNN, as Forças Armadas Sauditas teriam identificado o local de onde partiram os ataques: uma base aérea iraniana.

Os detalhes que serão divulgados devem ser decisivos para determinar a resposta aos ataques de sábado, que cortaram pela metade a produção de petróleo da Arábia Saudita, responsável por 10% da produção mundial.

Quem está por trás dos ataques à Arábia Saudita e o que as evidências mostram

O governo dos EUA disse que o Irã é o nome mais provável de estar por trás do ataques às instalações petrolíferas da Arábia Saudita conduzidos no sábado, e cita avaliações de inteligência e fotografias de satélite que mostram o que os altos funcionários americanos apontam como evidência de envolvimento de Teerã.

Na terça, fontes americanas confirmaram à agência Reuters e ao site BBC que os mísseis, de fato, foram lançados do Irã. De acordo com a BBC, os sauditas não conseguiram interceptar os armamentos porque o sistema de defesa do país estava apontado ao sul, para evitar ataques vindos do Iêmen.

O jornal New York Times analisou as fotos de satélite fornecidas e as comparou com fontes independentes, quando possível, para determinar o que elas mostram e o que ainda está incerto.

Complexidade superior às capacidades dos houthis

Analistas militares que estudam a guerra do Iêmen dizem que o alcance, a escala e a complexidade das ações excedem em muito a capacidade demonstrada pelos rebeldes houthis anteriormente, que reivindicaram a autoria dos ataques.

As fotos de satélite mostram o que os funcionários do governo americano afirmam ser ao menos 17 pontos de impacto nas duas estruturas de energia saudita, ainda que nem todos os alvos tenham sido atingidos. Em um dos locais, Abqaiq, as imagens ilustram danos a tanques de armazenamento e trem de processamento.

Ainda que os rebeldes usem drones com frequência para tentar atacar a Arábia Saudita, eles têm apostado mais no Samad 3, um drone barato, pequeno, lento e improvável de ser capaz de ultrapassar as defesas aéreas sauditas e alcançar alvos com a precisão e a coordenação vistas nos ataques do fim de semana.

Mais recentemente, eles passaram a utilizar um drone mais avançado, o Quds 1. Este pode ser descrito como um míssil de cruzeiro pequeno ou um grande drone com uma carga útil que se aproxima de um míssil de cruzeiro.

Contudo, ele carece de alcance para ir do norte do Iêmen às instalações petrolíferas da Arábia Saudita. Ainda assim, alguns especialistas em segurança argumentam que os houthis melhoraram muito seus drones e mísseis de cruzeiro.

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