Repórter
Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 18h23.
Última atualização em 22 de dezembro de 2025 às 18h31.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciará nesta segunda-feira, 22 de dezembro, a construção de novos navios de guerra que integrarão a chamada "classe Trump", projetada como símbolo central da futura "Frota Dourada". A informação foi divulgada por fontes do governo norte-americano ao Wall Street Journal.
O anúncio do presidente Trump sobre a nova classe de navios está previsto para as 18h30, no horário de Brasília, em Mar-a-Lago, sua propriedade em Palm Beach, na Flórida.
A iniciativa ocorre após a Marinha dos Estados Unidos confirmar, na última semana, o comissionamento de uma nova classe de fragatas. Desde seu primeiro mandato, Trump tem defendido mudanças na composição da frota, criticando o design e o estado de conservação dos atuais navios. Entre suas propostas anteriores, está o retorno das catapultas a vapor nos porta-aviões e críticas ao visual dos destróieres da frota atual.
Segundo o oficial, o primeiro modelo da classe será o USS Defiant. A embarcação terá como base os destróieres da classe Arleigh Burke, principal linha de combate de superfície da Marinha atualmente. No entanto, o projeto será modernizado para incluir tecnologias de nova geração. O termo "navio de guerra", tradicionalmente associado a embarcações armadas com canhões de grande calibre até o fim da Guerra Fria, será ressignificado com o novo desenho.
O anúncio será feito ao lado do Secretário de Defesa, Pete Hegseth, e do Secretário da Marinha, John Phelan. A confirmação do evento foi dada por outro funcionário do governo, sem detalhar o conteúdo da apresentação.
A proposta da Frota Dourada tem gerado críticas técnicas. Mark Montgomery, ex-contra-almirante e diretor da Fundação para a Defesa das Democracias, afirmou que o plano representa uma abordagem equivocada para as atuais necessidades estratégicas dos Estados Unidos.
Montgomery estimou que cada novo navio custará pelo menos US$ 5 bilhões e afirmou que a nova fragata prevista “não terá utilidade tática”. A crítica se baseia na ausência do sistema de lançamento vertical de mísseis e do Aegis, tecnologia de defesa balística.
A Marinha já aprovou os requisitos técnicos da nova classe de navios de superfície e prevê que a embarcação pese 30 mil toneladas — valor superior ao dos destróieres atuais. A estrutura será projetada para incluir armamentos futuros, como canhões eletromagnéticos e lasers de energia dirigida. A licitação para construção será lançada nos próximos anos, com o primeiro casco previsto para 2030.
Uma equipe conjunta da Casa Branca e da Marinha iniciou, ainda no início de 2025, o desenvolvimento de um novo conceito naval voltado à contenção da China e ao controle do Hemisfério Ocidental. A Frota Dourada foi concebida com esse objetivo, incluindo grandes embarcações equipadas com mísseis de longo alcance, como mísseis hipersônicos, e novas fragatas baseadas na classe Legend, utilizada pela Guarda Costeira.
A nova fragata substituirá o projeto anterior da classe Constellation, cancelado após sucessivos atrasos. A frota atual da Marinha dos Estados Unidos conta com 287 embarcações, entre destróieres, cruzadores, porta-aviões, navios anfíbios e submarinos.
Especialistas apontam que, historicamente, os navios de guerra serviam como plataformas de ataque de longo alcance com canhões pesados, especialmente durante as guerras mundiais. Hoje, sua função é exercida por mísseis de precisão.
A declaração ocorre em meio ao aumento da presença naval dos Estados Unidos no Caribe, no contexto da pressão exercida contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.
A ofensiva inclui medidas para restringir as receitas do país com petróleo. Na sexta-feira anterior, a Marinha norte-americana confirmou que irá incorporar uma nova classe de fragatas, com construção nacional, como parte da frota projetada por Trump. O plano prevê embarcações mais avançadas, com foco em conter a influência da China.
As novas fragatas serão responsáveis por missões de escolta e defesa de rotas marítimas e navios de maior porte. Paralelamente, a atuação da Marinha no Caribe tem se intensificado, especialmente com a realização de interceptações de petroleiros — embora a liderança dessas operações esteja a cargo da Guarda Costeira dos EUA.
Neste mês, duas embarcações foram interceptadas nas proximidades da costa venezuelana. No domingo, a Guarda Costeira americana confirmou estar em “perseguição ativa” ao petroleiro Bella 1, que havia ignorado ordens de apreensão emitidas por autoridades dos Estados Unidos.
De acordo com informações preliminares, o navio estava vazio e se dirigia à Venezuela para carregar petróleo. Pela manhã, nesta segunda-feira, 22, autoridades americanas consideraram como um avanço o fato de a embarcação ter alterado sua rota e estar se afastando da costa venezuelana.