Trump completa um ano de mandato com disputa orçamentária
ÀS SETE - Na noite de ontem, o Congresso americano aprovou uma medida de urgência que prorrogou os debates do orçamento até o dia 16 de fevereiro
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 06h37.
Última atualização em 19 de janeiro de 2018 às 07h32.
O governo de Donald Trump completa um ano neste sábado com uma grande indefinição orçamentária.
Na noite de ontem, o Congresso aprovou uma medida de urgência que prorrogou os debates do orçamento até o dia 16 de fevereiro, impedindo a paralisação do governo, o chamado shutdown, já a partir desta sexta-feira.
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É a quarta vez desde setembro que o legislativo americano precisa aprovar uma lei provisória para impedir que o governo entre em shutdown, o que faria com que as principais agências do governo deixassem de funcionar, parando pagamentos e tarefas cotidianas.
Programado para às 19h da noite de ontem, a primeira votação na Câmara passou com a organização dos líderes republicanos, apesar de a ala mais conservadora do partido, o Freedom Caucus, ter se posicionado contra a lei. No fim, Trump venceu por 230 votos a 197.
Mas o verdadeiro desafio está no Senado, que conta com 51 republicanos e precisa de uma super-maioria, com 60 votos, para poder levar a lei à assinatura do presidente. Isso requer que nove democratas joguem ao lado dos republicanos.
A oposição aproveita o debate orçamentário para discutir outros pontos sensíveis do governo, especialmente as políticas migratórias.
O debate mais duro éem torno da questão dos Dreamers, cerca de 800.000 jovens trazidos para os Estados Unidos enquanto crianças e que eram, até setembro do ano passado, protegidos por um decreto que foi retirado por Trump.
Desde então, estima-se que 14.000 pessoas perderam a possibilidade de renovar seus vistos temporários de trabalho.
Os democratas exigem que proteções para essa população sejam inclusas no orçamento. Enquanto isso, Trump busca incluir no orçamento investimentos para suas pautas anti-imigração, como a construção do muro com o México e a contratação de mais oficiais de fronteira.
O desligamento das funções de governo aconteceu pela última vez em 2013, quando republicanos se recusaram a aprovar uma lei de financiamento diante da aprovação do programa de acesso à saúde conhecido como Obamacare, do então presidente Barack Obama. Durou 16 dias e obrigou a dispensa do trabalho de cerca de 800.000 funcionários do governo federal.
Mesmo com maioria nas duas casas do Congresso, neste primeiro ano Trump teve dificuldade em articular os republicanos a seu favor e ainda mais em dialogar com os democratas.
O atual imbróglio em torno do orçamento mostra que as disputas políticas devem continuar a ser um dos maiores desafios do segundo ano de governo.