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Trump chega a Las Vegas e FBI interroga namorada de atirador

Três dias depois de Stephen Paddock, de 64 anos, matar 58 pessoas e ferir mais de 500 em Las Vegas, pouco se sabe sobre o que motivou a tragédia

Melania e Donald Trump: "É um dia muito, muito triste para mim", declarou Trump (Reuters/Reuters)

Melania e Donald Trump: "É um dia muito, muito triste para mim", declarou Trump (Reuters/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 15h58.

O presidente americano, Donald Trump, chegou nesta quarta-feira em Las Vegas para se reunir com as vítimas do pior ataque com arma de fogo da história recente dos Estados Unidos, enquanto o FBI buscava pistas sobre o caso interrogando a namorada do atirador.

"É um dia muito, muito triste para mim", declarou Trump, acompanhado por sua esposa, Melania.

Três dias depois de Stephen Paddock, um americano de 64 anos, matar 58 pessoas e ferir mais de 500 em Las Vegas, pouco se sabe sobre o que motivou a tragédia.

Sua namorada, Marilou Danley, de 62 anos, estava nas Filipinas quando Paddock cometeu o massacre de domingo à noite, ao abrir fogo com fuzis de alta precisão de seu quarto de hotel, no 32º andar, contra as pessoas que assistiam a um festival de música country na famosa avenida Las Vegas Strip.

A mulher, de origem filipina e com nacionalidade australiana, retornou na terça-feira aos Estados Unidos e foi recebida por agentes do FBI (a Polícia Federal americana).

Ela não está em custódia policial e foi classificada como "pessoa de interesse" para os investigadores e está livre para seguir para onde desejar, informou a imprensa americana após o desembarque da mulher em Los Angeles.

As autoridades investigam informações da imprensa de que Paddock teria transferido 100.000 dólares para uma conta de Marilou Danley quando ela estava no exterior.

Danley emigrou para os Estados Unidos há 20 anos para trabalhar nos cassinos, segundo o governo da Austrália.

De acordo com as autoridades, o ataque parece ter sido minuciosamente planejado: Paddock instalou uma câmera na porta de seu quarto de hotel e duas no corredor.

"Parece que estava esperando que alguém chegasse para prendê-lo", disse o chefe de polícia local, Joe Lombardo.

Lombardo é cauteloso quanto ao que aconteceu. "Não descartamos nenhuma pista", afirmou seu assistente, Kevin McMahill.

67 vídeos de segurança

Após a tragédia ressurgiram os pedidos de mudanças na permissiva lei americana de porte de armas.

Trump, no entanto, não parece pronto para atender os pedidos.

"A polícia tem feito um trabalho extraordinário e vamos falar das leis de armas à medida que passar o tempo", disse Trump na terça-feira.

As autoridades ainda encaram com cautela a reivindicação do grupo extremista Estado Islâmico (EI) sobre o ataque de Paddock.

Questionado sobre este tema, Trump se limitou a dizer: "não tenho ideia".

O presidente da Comissão de Inteligência do Senado, Richard Burr, afirmou nesta quarta-feira que o massacre não parecia de natureza "terrorista".

"Neste ponto, tenho que dizer que isso não parece ter conexão com o terrorismo", disse a jornalistas.

Os investigadores descartaram a princípio qualquer relação de Paddock, que não tinha antecedentes criminais, com o grupo terrorista.

Trump, que chamou o atirador de "doente" e "louco", deu a entender na terça-feira que seus comentários não refletiam necessariamente a tese de que Paddock tinha problemas psiquiátricos.

Um total de 47 armas de fogo que pertenciam ao atirador foram encontradas em seu quarto de hotel e na sua casa em Mesquite (130 km de Las Vegas).

O FBI analisa 67 vídeos de câmeras de segurança.

"Uma carnificina"

Após cometer o massacre, Paddock atirou através da porta de seu quarto de hotel - no qual estava hospedado desde 28 de setembro - e feriu um segurança. Mas quando uma equipe da SWAT entrou no local, ele já havia cometido suicídio.

Na avenida Las Vegas Strip o cenário era de "carnificina, muito sangue", afirmou Bruce Ure, vice-comandante de polícia de uma pequena cidade do Texas que estava no festival e salvou três pessoas feridas.

"Estavam todos chorando e eu também estava", disse à AFP. "As pessoas falavam: 'vamos morrer, vamos morrer'. E eu lembro que dizia: 'não esta noite, não esta noite'".

E enquanto as identidades das vítimas começavam a ser reveladas, as histórias de heroísmo e apoio aos sobreviventes se multiplicavam.

A quantidade de doadores de sangue nos hospitais "é inacreditável", segundo Mitzy Edgecomb, responsável de um banco de sangue local.

"Nada como uma tragédia como essa para unir tanto uma comunidade", declarou, destacando a "bondade" das pessoas.

Sammy Rangel, que permaneceu 18 anos preso em Chicago por ser líder de um grupo supremacista branco, foi um dos doadores. Ele assegurou que decidiu doar seu sangue para "contra-atacar a mensagem de ódio com amor e compaixão".

O massacre supera o número de mortos no ataque contra uma boate gay de Orlando em junho de 2016, que deixou 49 mortos.

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