Donald Trump criticou o Irã nesta terça-feira na 73ª Assembleia Geral da ONU (Carlos Barria/Reuters)
Reuters
Publicado em 25 de setembro de 2018 às 13h31.
Última atualização em 25 de setembro de 2018 às 13h31.
Nova York - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou o Irã nesta terça-feira, descrevendo o país como uma "ditadura corrupta" que está roubando da população para pagar por agressões no exterior, usando seu discurso na Assembleia-Geral da ONU para enviar uma mensagem dura a Teerã.
"Os líderes do Irã semeiam o caos, a morte e a destruição", disse Trump durante o encontro anual. "Eles não respeitam os vizinhos, fronteiras ou os direitos de soberania das nações".
Trump fez uma comparação entre o relacionamento dos EUA e Irã com o que descreveu como laços melhores com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, a quem elogiou por interromper testes nucleares e de mísseis e por devolver restos mortais de militares norte-americanos da Guerra da Coreia.
O presidente norte-americano usou seu discurso para pedir reformas no comércio internacional e insistiu que seu principal objetivo como presidente é proteger a soberania norte-americana. Ele pediu que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) pare de aumentar os preços do petróleo, e criticou as práticas comerciais da China.
Trump provocou alguns murmúrios da plateia de líderes mundiais e diplomatas presentes quando declarou que tinha realizado mais como presidente do que quase qualquer outra administração na história.
"Eu não esperava essa reação, mas tudo bem", disse ele.
Mas a principal mensagem de Trump foi destinada ao Irã e tentar criar uma tensão entre Teerã e seu povo, dias depois de um ataque no sudoeste iraniano durante um desfile militar que matou 25 pessoas e desestabilizou o país.
Em declarações a repórteres antes de seu discurso, Trump disse que não irá se encontrar com os iranianos até que "mudem de tom".
Trump e o líder iraniano, Hassan Rouhani, estavam participando do evento anual da ONU.
"O Irã agiu muito mal", disse Trump. "Estamos ansiosos para ter um ótimo relacionamento com o Irã, mas isso não vai acontecer agora."
Inimigos por décadas, Washington e Teerã entraram cada vez mais em desacordo desde maio, quando a administração Trump retirou os EUA do acordo nuclear internacional de 2015 com o Irã e potências mundiais anunciou sanções contra o país.
O acordo, negociado pelo ex-presidente norte-americano, Barack Obama, retirou a maioria das sanções internacionais contra Teerã em troca do Irã restringir seu programa nuclear.
Trump também usou seu discurso para pedir reformas do comércio internacional e cobriu seus comentários com promessas de proteger a soberania norte-americana e rejeitar o globalismo.
"A América é governada por americanos. Nós rejeitamos a ideologia do globalismo e abraçamos a doutrina do patriotismo", disse ele.